São Paulo, sábado, 02 de abril de 2005

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VÔO DA ÁGUIA

Houve perda de empregos em manufatura e no varejo; Bolsas caem após divulgação de índice de atividade

Baixa criação de emprego frustra nos EUA

Jonh Gress - 11.mar.04/Reuters
Negociadores na Bolsa de Chicago, onde são negociadas commodities; índice CRB Reuters teve alta de 10,5% no último trimestre


DA REUTERS

A economia dos Estados Unidos criou apenas 110 mil postos de trabalho em março, o menor número em oito meses, com perda de emprego no setor manufatureiro e no varejo.
O número divulgado pelo Departamento de Trabalho nesta sexta-feira ficou abaixo da expectativa média de economistas ouvidos pela Reuters, de criação de 220 mil vagas.
Em fevereiro, foram abertas 243 mil vagas, de acordo com dado revisado em relação à leitura preliminar de 262 mil. Os números de janeiro também foram revistos para baixo, passando de 132 mil para 124 mil.
Mas o relatório não foi pessimista por inteiro. A taxa de desemprego caiu para 5,2%, ante 5,4% em fevereiro. Analistas previam 5,3%.
Os dados de postos e de taxa de desemprego são feitos com base em pesquisas diferentes.
Os números de emprego devem afastar um pouco as preocupações de pressões inflacionárias, mas levantará temores sobre a sustentabilidade da expansão econômica.
"Isso fará as pessoas acreditarem que a economia não está à beira de uma aceleração da inflação neste ano, como se pensava há algumas semanas", disse Kevin Logan, do Dresdner Kleinwort Wasserstein.
O Federal Reserve vem elevando a taxa de juros do país em 0,25 ponto percentual por reunião desde junho de 2004, para 2,75%. Recentemente, ele ressaltou uma preocupação com pressões inflacionárias.
A pesquisa mostrou ainda que a duração média da semana trabalhada ficou estável, em 33,7 horas. O salário médio por hora subiu US$ 0,04 em relação a fevereiro, para US$ 15,95.
O setor manufatureiro demitiu 8 mil pessoas em março, depois de contratar 15 mil em fevereiro. A diretora da agência de estatísticas do departamento, Kathleen Utgoff, notou que o resultado líquido mostra que os empregos nas fábricas caíram levemente desde o último verão.
O setor de serviços abriu apenas 86 mil vagas, contra 191 mil em fevereiro. Foi o menor número desde julho passado. No varejo, 9.700 postos foram fechados.

Mercado
As bolsas de valores dos Estados Unidos exibiam fraco desempenho no início da tarde de ontem, depois que um índice de atividade manufatureira indicou aumento de preços e gerou preocupações em relação à inflação.
O índice do ISM (Instituto de Gestão e Fornecimento) de março ficou em 55,2, levemente acima da expectativa de Wall Street, de 55. O componente de preços do indicador subiu de 65,5, em fevereiro, para 73, em março.
"O dado do ISM, quando você olha para o número de preços pagos, foi maior e é de certa forma inflacionário, se as empresas estão pagando mais por materiais. Isso mexeu com o mercado", disse Victor Pugliese, diretor e chefe da mesa de ações do First Albany.

Confiança
A confiança do consumidor norte-americano caiu em março, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira.
O índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan recuou para 92,6 pontos, seguindo o dado de 94,1 em fevereiro. Analistas previam em média uma leitura de 92,9 pontos.
O componente de expectativas declinou para 82,8 pontos, ante 84,4 em fevereiro. O de condições atuais diminuiu para 108,0 pontos, ante 109,2.


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