São Paulo, sábado, 02 de abril de 2005

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Commodities disparam no 1º trimestre

DA BLOOMBERG

Os preços das commodities registraram sua segunda maior alta trimestral desde 1988 nos primeiros três meses deste ano, num momento em que a cotação do petróleo subiu e alcançou o recorde, o cobre atingiu sua maior alta dos últimos 16 anos e o café, a soja e o algodão subiram 15% ou mais.
O crescimento da demanda por matérias-primas por parte da China e a aceleração do crescimento econômico dos Estados Unidos ajudaram o Índice Reuters-CRB de 17 commodities a subir 10,5%, a maior alta desde a disparada de 11,2% do primeiro trimestre de 2004. O índice subiu e alcançou seu maior pico dos últimos 24 anos em 16 de março passado -e pode vir a bater seu recorde devido à atividade dos investidores, que estão comprando commodities como alternativa às ações e aos bônus dos EUA.
"Continuamos a observar, mesmo com as altas já alcançadas pelos preços das commodities, a multiplicação de novos investimentos por parte de vários investidores institucionais", afirma Robert Leary, 44, diretor-executivo da AIG Financial Products Corp., dos EUA, que comercializa 30 commodities para investidores institucionais. A alta ainda tem "um bom caminho pela frente".
Os investidores despejaram "vários bilhões" de dólares em commodities no primeiro trimestre de 2004, quantia que veio se juntar aos US$ 40 bilhões que já estavam vinculados ao Índice Dow Jones-AIG de Commodities e ao Índice Goldman Sachs de Commodities no início deste ano, afirma Leary.
O Índice Dow Jones-AIG de 19 contratos futuros de commodities subiu 12% no primeiro trimestre, sua maior alta desde o quarto trimestre de 2003. O Índice Goldman de 24 matérias-primas baseado no setor de energia teve alta de 22%, seu melhor desempenho desde 1990.

Demanda chinesa
Em 2004, a economia chinesa cresceu 9,5%, seu ritmo mais acelerado dos últimos oito anos, impulsionando a demanda por matérias-primas como cobre, aço e alumínio para a construção de imóveis e rodovias e para a produção de mais linhas de transmissão de energia elétrica, automóveis e eletrodomésticos. A economia dos Estados Unidos cresceu 4,4% no ano passado, seu ritmo mais acelerado desde 1999.
O aumento do crédito na China pode vir a acelerar a demanda por cobre, petróleo, minério de ferro, carvão, soda cáustica e outras commodities industriais, disse Stuart Flerlage, diretor-executivo da Brownstone Advisors LLC, de Nova York. "Acreditamos estar no início de um ciclo que pode durar dez anos", afirma.


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