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POLÍTICA INDUSTRIAL
Banco tenta incentivar indústria nacional, que fornece apenas 15% do que o país gasta com programas
BNDES lança linha para financiar software
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) lançou ontem uma linha
de financiamento para comercialização de softwares. O objetivo
do banco é aumentar a participação da indústria nacional no mercado por meio do incentivo à venda dos produtos.
A nova linha, denominada Prosoft Comercialização, é a etapa final da reformulação do Prosoft,
que começou no ano passado.
Lançado originalmente no final
de 1997, o programa aprovou empréstimos de apenas R$ 58 milhões para 27 empresas.
Segundo o superintendente da
Área Industrial do BNDES, Carlos
Gastaldoni, o principal entrave ao
funcionamento do Prosoft era
uma cláusula que condicionava a
forma de pagamento ao faturamento da empresa.
"Faturamento maior não significa necessariamente que a empresa tenha disponibilidade de recursos para pagar os empréstimos", disse. O programa original
era voltado apenas para pequenas
empresas e limitava a participação pelo faturamento.
O programa remodelado já estava dividido em Prosoft Empresa
e Prosoft Exportação. Não há
mais limite de faturamento para
aderir ao programa. Segundo
Gastaldoni, o lançamento da linha para estimular a venda dos
produtos partiu da percepção do
banco de que o apoio somente ao
desenvolvimento de softwares
não era suficiente. "A maior facilidade para a venda de produtos vai
resultar em maiores investimentos nas empresas, é uma forma indireta de fomentar os produtores
de software", disse.
O Brasil consome por ano cerca
de US$ 8 bilhões em softwares. A
indústria nacional representa
apenas 15% desse total, segundo o
assessor especial do Ministério de
Ciência e Tecnologia, Arthur Pereira Nunes. "As iniciativas de fomento voltadas para o desenvolvedor de programas esbarravam
na dificuldade de chegar em escala comercial ao consumidor final", afirmou.
Segundo dados do ministério,
existem no país cerca de cinco mil
empresas desenvolvedoras de
softwares. Deste total, quase 90%
são pequenas e médias empresas.
Os pólos de maior volume de produção estão localizados no Rio de
Janeiro, em São Paulo, Campinas,
Belo Horizonte, Porto Alegre e
Recife.
Em três semanas, 58 produtoras
de softwares já se cadastraram no
site do banco para vender seus
produtos. Empresas interessadas
na aquisição de softwares poderão escolher os fabricantes e os
produtos e solicitar o financiamento.
Os empréstimos terão 12 meses
de carência e 24 meses de amortização. A taxa de juros cobrada pode chegar até a 14,75%, o equivalente à TJLP (Taxa de Juros de
Longo Prazo, de 9,75%) acrescida
de 1% ao ano e mais até 4% ao ano
de remuneração da instituição financeira credenciada.
A maior parte das operações deverá ser realizada de forma indireta, por meio de agente financeiro.
As exceções ficam por conta de financiamentos superiores a R$ 10
milhões. O término do programa
está previsto para 2007, mas o
BNDES afirma que está disposto a
estendê-lo caso haja demanda.
O setor de software foi selecionado para ocupar papel estratégico na política industrial por se tratar de um produto que atende todos os setores da economia: indústria, comércio e serviços.
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