São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Desemprego é 3ª preocupação da população, afirma Fiesp

Os fechamentos de vagas de trabalho anunciados recentemente não trouxeram o desemprego ao topo da lista de problemas que preocupam a população. Um levantamento da Fiesp feito com mil pessoas, de 21 a 28 de fevereiro, no país, aponta que a segurança é a primeira preocupação no Brasil, seguida pelo medo da falta de dinheiro para honrar contas. O desemprego ficou em terceiro lugar, com 10% das respostas.
A ordem dos problemas sociais mais temidos já foi diferente. O desemprego liderou o ranking entre 2005 e 2007, com 42% de votos em 2007.
Para Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, o resultado surpreendeu. Ele esperava que a crise fizesse com que mais pessoas listassem o desemprego como sua maior preocupação.
Segundo a pesquisa, 30% das pessoas foram demitidas ou têm alguém próximo a sua convivência que perdeu o emprego desde outubro de 2008. Apenas 15% afirmaram que se sentiram ameaçados de perder seu emprego no mesmo período.
Os mais receosos são os trabalhadores paulistas (19%), os que têm entre 25 e 34 anos (21%) e o grupo formado por pessoas com grau de escolaridade de ensino médio completo ou incompleto (20%).
"O medo de perder o emprego se limita a um grupo. Isso não se espalhou nacionalmente e está concentrado em certas áreas de atuação e regiões."
A pesquisa também buscou verificar se a relação entre o medo de perder o emprego se refletirá, efetivamente, no consumo. A maioria dos entrevistados afirmou que, caso sentisse ameaça de demissão, cortaria gastos com itens supérfluos.
A possibilidade de atrasar ou deixar de pagar compromissos financeiros pessoais foi considerada por metade dos entrevistados, diante da hipótese de ameaça de demissão. Menos pessoas, no entanto, consideraram atrasar as contas firmadas com bancos -24%.

Postos não receberam redução do preço do álcool, diz sindicato

A redução nos preços do álcool vendido pelas usinas não chegou aos proprietários de postos de combustível, afirma José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo). Segundo ele, os ajustes no preço do álcool vendido pelas distribuidoras são menores que os pagos na usina.
Do início de fevereiro até a semana passada, o preço do álcool na usina caiu 27%, segundo dados do Cepea/Esalq. Para o consumidor, no entanto, o corte foi bem mais tímido.
"Não recebemos o repasse que deveríamos. Eu compro álcool hoje por praticamente o mesmo preço que comprava antes da baixa", diz Gouveia.
Mesmo sem o repasse ao posto, Gouveia diz que os estabelecimentos estão cortando a margem de lucro para diminuir o preço de venda ao consumidor e ficarem mais competitivos. "A competição é na ponta."

PICKUPS

Michel Saad, sócio do clube Disco e dono da agência de DJs ms3, diz que o mercado de música eletrônica e a própria música estão mudando. A tendência é que as visitas de DJs estrangeiros de altos cachês deem lugar a músicos mais baratos. "A ms3 traz DJs menos conhecidos, mas que agradam. Não posso trazer DJ de US$ 60 mil para tocar na Disco, onde o público é menor. Tenho que trazer quem cobra US$ 4.000." Em tempos de crise, Saad aposta em um "som mais leve" e no recuo da música eletrônica "muito progressiva". "O eletrônico puro está em baixa." Os próximos nomes a tocar no Disco são David Katz e Kenny Carpenter.

CHUTEIRA
A Fila investirá no desenvolvimento de uma linha focada em futebol, com chuteiras, confecções e acessórios. A marca italiana, focada na fabricação de tênis para uso diário e prática de esportes, quer entrar em um segmento que soma 30% das vendas do mercado esportivo.

NA ORELHA
A Sony Ericsson atingiu 32 milhões de celulares Cyber-shot vendidos no mundo.

TELEFONE
A CBM (Casa da Moeda do Brasil) fechou ontem um contrato com a Oi para produzir e fornecer 160 milhões de cartões indutivos -cartões de orelhão- em 2009 e 2010. As entregas estão previstas para começar a partir de maio. No valor de R$ 0,41 por unidade, o total do contrato atinge aproximadamente R$ 66 milhões. Para atender a demanda da Oi, a CMB reativou uma fábrica, em Itaguaí (RJ), que estava parada desde 2001.

NA CARNE
As exportações de carne bovina brasileira, em valor, tiveram queda menor em março, de 14%, na comparação com o mesmo mês de 2008, segundo a Abiec (associação de exportadores). O recuo foi de 27% em fevereiro e de 49% em janeiro. As exportações de carne "in natura" foram de US$ 234 milhões em março. Em volume, a exportação foi de 84 mil toneladas em março de 2008 para 82 mil toneladas em março deste ano.

BEM PASSADO
Otávio Cançado, diretor-executivo da Abiec, diz que a tendência é de recuperação nas exportações de carne, desde que o governo pressione para ampliar o acesso brasileiro aos mercados do Chile e da União Europeia. "O governo tem que adotar uma política comercial mais agressiva em relação ao Chile e à União Europeia", diz.

CADEIRA
Henrique Luz, sócio da PricewaterhouseCoopers, assumiu ontem a presidência nacional do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) para a gestão 2009/2011.

TECIDO
As vendas do comércio atacadista de tecidos de São Paulo cresceram 3,5% no mês de março ante fevereiro, segundo o sindicato do setor. Na comparação com março de 2008, houve uma queda de 3%.

ARIGATÔ
A Itaú Securities organiza, no dia 6, o primeiro Annual Brazil Conference em Tóquio. O evento já foi feito em Nova York. A ideia agora é atrair investidores do Japão. O evento terá representantes de Petrobras, Cemig, BM&FBovespa e outros.

LEITURA
A Volkswagen do Brasil vai inaugurar no dia 8, na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), uma biblioteca para atender colaboradores da unidade.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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