São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Homem morre em meio a protestos em Londres

DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

A polícia londrina confirmou no fim da noite de ontem que um homem de aproximadamente 30 anos havia morrido nas imediações da concentração de protesto que mobilizou cerca de 5.000 pessoas, segundo a própria polícia.
A vítima desmaiou, foi levada para uma área de segurança, mas não resistiu. Não havia detalhes adicionais até a conclusão desta edição, mas as primeiras informações da polícia diziam que a morte decorrera de causas naturais.
A morte certamente conferirá dramaticidade a uma manifestação em que houve cânticos, choques com a polícia e vidraças quebradas do RBS, o Royal Bank of Scotland.
Mas não se trata de um incidente similar ao morto nas manifestações contra a cúpula do G8 de Gênova, em 2001.
Primeiro porque o número de manifestantes era, agora, muitíssimo menor. Segundo porque a polícia, ao contrário do que ocorrera na Itália, usou violência apenas moderada.
O protesto não alcançou seu objetivo de influenciar os governantes, porque se deu na City londrina, a minúscula milha quadrada que é o principal centro financeiro da Europa e o segundo do mundo.
Os líderes circularam a alguns quilômetros dali, sob a habitual proteção policial.
Para um deles, houve até aplausos. Quem os recebeu foi Barack Obama, ao chegar para um encontro com a rainha Elizabeth e o príncipe Philip, no Palácio de Buckingham, um dos mais tradicionais pontos turísticos de Londres, a cujas portas sempre há turistas do mundo todo, que deram a Obama tratamento de "pop star".
Os manifestantes confluíram de quatro diferentes estações de metrô para o Banco da Inglaterra, o BC britânico, mais conhecido como "A Velha Dama", instalado na City desde 1734.
Eles não trataram o prédio como uma dama. Bem ao contrário, ensaiaram uma e outra vez uma carga para tomá-lo, trocando empurrões com a polícia, que, ameaçada de ser superada, recorreu a uma dose que disseram ser "controlada" de violência (e a prisões, no total de 63 pessoas).
O empurra-empurra durou o dia todo, até que os manifestantes, impossibilitados de controlar a "Velha Dama", preferiram um alvo mais moderno, o RBS.
Quebraram as vidraças, dois ou três encapuzados entraram, mas logo a policia retomou o controle.
No meio da noite, enquanto os governantes jantavam confortavelmente em Downing Street, a residência do primeiro-ministro, grupos pequenos continuavam circulando pela City, alguns cantando "Revolution". (CR)


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