|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Homem morre em meio a protestos em Londres
DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
A polícia londrina confirmou
no fim da noite de ontem que
um homem de aproximadamente 30 anos havia morrido
nas imediações da concentração de protesto que mobilizou
cerca de 5.000 pessoas, segundo a própria polícia.
A vítima desmaiou, foi levada
para uma área de segurança,
mas não resistiu. Não havia detalhes adicionais até a conclusão desta edição, mas as primeiras informações da polícia
diziam que a morte decorrera
de causas naturais.
A morte certamente conferirá dramaticidade a uma manifestação em que houve cânticos, choques com a polícia e vidraças quebradas do RBS, o Royal Bank of Scotland.
Mas não se trata de um incidente similar ao morto nas manifestações contra a cúpula do
G8 de Gênova, em 2001.
Primeiro porque o número
de manifestantes era, agora,
muitíssimo menor. Segundo
porque a polícia, ao contrário
do que ocorrera na Itália, usou
violência apenas moderada.
O protesto não alcançou seu
objetivo de influenciar os governantes, porque se deu na
City londrina, a minúscula milha quadrada que é o principal
centro financeiro da Europa e o
segundo do mundo.
Os líderes circularam a alguns quilômetros dali, sob a habitual proteção policial.
Para um deles, houve até
aplausos. Quem os recebeu foi
Barack Obama, ao chegar para
um encontro com a rainha Elizabeth e o príncipe Philip, no
Palácio de Buckingham, um
dos mais tradicionais pontos
turísticos de Londres, a cujas
portas sempre há turistas do
mundo todo, que deram a Obama tratamento de "pop star".
Os manifestantes confluíram
de quatro diferentes estações
de metrô para o Banco da Inglaterra, o BC britânico, mais conhecido como "A Velha Dama",
instalado na City desde 1734.
Eles não trataram o prédio
como uma dama. Bem ao contrário, ensaiaram uma e outra
vez uma carga para tomá-lo,
trocando empurrões com a polícia, que, ameaçada de ser superada, recorreu a uma dose
que disseram ser "controlada"
de violência (e a prisões, no total de 63 pessoas).
O empurra-empurra durou o
dia todo, até que os manifestantes, impossibilitados de controlar a "Velha Dama", preferiram
um alvo mais moderno, o RBS.
Quebraram as vidraças, dois
ou três encapuzados entraram,
mas logo a policia retomou o
controle.
No meio da noite, enquanto
os governantes jantavam confortavelmente em Downing
Street, a residência do primeiro-ministro, grupos pequenos
continuavam circulando pela
City, alguns cantando "Revolution".
(CR)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Para presidente, "EUA não podem ser motor único" Índice
|