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Empresas dos EUA cortam 742 mil vagas
Setor privado elimina 4,76 milhões de postos em 16 meses de recessão
Taxa de desemprego
também continua a crescer
na zona do euro e vai a 8,5%
em fevereiro; Espanha tem
o pior índice, de 15,5%
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
A economia americana perdeu estimados 742 mil empregos privados em março, elevando o total de demissões no país
para cerca de 4,76 milhões desde o início da atual recessão, em
dezembro de 2007.
Segundo a consultoria privada ADP, que antecipa quase
sempre com precisão dados oficiais de emprego, o grosso dos
cortes ficou concentrado nas
pequenas e médias companhias, que teriam eliminado
614 mil postos de trabalho.
Os dados oficiais de emprego
de março, do Departamento do
Trabalho, serão divulgados depois de amanhã. A expectativa é
que o desemprego suba dos
atuais 8,1% para 8,5%. Se confirmada, a estimativa da ADP
revelará uma aceleração ainda
maior do desemprego nos EUA
em relação a janeiro e fevereiro.
Apesar do resultado, dois outros indicadores vieram melhores do que o esperado, contribuindo para puxar a Bolsa de
Nova York.
O índice industrial do Institute for Supply Management
subiu para 36,3 pontos em março, a terceira alta seguida. Um
índice abaixo de 50, no entanto,
ainda mostra a produção deprimida. Além desse indicador, a
National Association of Realtors divulgou aumento de 2,1%
nos contratos de compra de residências já existentes.
Embora ainda longe de indicarem o fundo do poço da crise,
os dados animaram os investidores. Mas a maior preocupação ainda é o desemprego.
Nos Estados mais atingidos
pelo estouro da chamada "bolha" imobiliária (que causou a
repentina queda nos preços dos
imóveis), o desemprego há
muito já ultrapassou a casa dos
10%. Em Michigan, por exemplo, onde está Detroit (sede da
indústria automotora), a taxa
passou dos 12% em fevereiro.
Europa
Na Europa, o desemprego
continuou a ganhar ritmo em
fevereiro. A taxa de desemprego na zona do euro (formada
por 16 países) chegou a 8,5%,
0,2 ponto percentual a mais
que em janeiro -ela estava em
7,2% em fevereiro de 2008-,
com 13,5 milhões de pessoas
sem trabalho.
A Espanha continua a ter a
maior taxa da UE, 15,5%, mas
neste início de ano o desemprego também vem ganhando força nos países bálticos. A Letônia tem taxa de desemprego de
14,4%, e a Lituânia, de 13,7%.
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