São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Bovespa vira com dados dos EUA e fecha em alta de 2,57%

Bolsa chegou a perder 1,64%; dólar recua para R$ 2,28

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dados da economia norte-americana deram o tom dos mercados, que alternaram momentos de altas e de perdas. A Bovespa acompanhou a movimentação do mercado dos EUA: na mínima, recuou 1,64%, mas virou e encerrou com valorização de 2,57%. Com mais essa alta, a Bolsa de Valores de São Paulo passou a acumular apreciação de 11,8% no ano.
Os mercados começaram o dia em terreno negativo, em resposta à divulgação do fechamento de 742 mil postos de trabalho no setor privado dos EUA em março, segundo a consultoria ADP. O Dow Jones, que reúne 30 das ações americanas mais negociadas, chegou a recuar 1,6% na abertura.
O humor do mercado mudaria apenas depois de outros dados econômicos serem conhecidos, como o aumento das vendas de casas usadas no país. Outra informação que ajudou a fortalecer as Bolsas foi a retração menor que a esperada da atividade no setor manufatureiro americano, apontada em pesquisa do instituto ISM.
No fim das operações, o índice Dow Jones registrava alta de 2,01%. A Bolsa eletrônica Nasdaq ganhou 1,51%.
"O mercado respondeu bem a alguns dados que saíram nos EUA e, após muita oscilação, as Bolsas terminaram com ganhos. Hoje [ontem] o mercado atravessou mais um dia de enorme volatilidade", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.
Na Europa, mesmo com notícias como a elevação do desemprego, as Bolsas registraram alta. Ontem foi divulgado que o desemprego na zona do euro subiu para 8,5% em fevereiro. Entre as maiores Bolsas de Valores da região, houve altas de 1,13% em Frankfurt e de 0,75% em Londres.
Hoje, o BCE (Banco Central Europeu) se reúne para definir como fica a taxa básica na região. A expectativa é que os juros sejam reduzidos de 1,5% para 1% ao ano.
"O mercado também estará muito atento e interessado em possíveis novidades a serem apresentadas na reunião do G20, que ocorre em Londres", disse Bandeira.
A queda das commodities no exterior não freou a recuperação das ações de empresas dependentes do desempenho das matérias-primas, que são o segmento de maior peso na Bovespa. Mesmo com o petróleo em queda de 2,5%, as ações da Petrobras tiveram altas de 3,44% (ON) e 2,97% (PN).
No setor de siderurgia, destacaram-se Gerdau PN (com alta de 4,03%) e Companhia Siderúrgica Nacional ON (que subiu 3,19%). Ontem os operadores comentavam a informação de que parte dos recursos da CSN destinados ao pagamento de proventos foi bloqueada devido a dívidas fiscais. Mas a notícia não atrapalhou o desempenho dos papéis da empresa na Bolsa.
Na lista das maiores perdas de ontem, apareceu a ação da Redecard, que caiu 8,5% em resposta a um estudo em que o BC se mostrou crítico à indústria de cartões de crédito.

Câmbio
No mercado de câmbio, o dia menos tenso permitiu que o dólar recuasse. No fim das operações, o dólar era cotado a R$ 2,28, com baixa de 1,64%.
O recente recuo do dólar reflete a melhora do fluxo cambial para o país nos últimos dias. Entre 1º e 20 de março, a saída de recursos era de US$ 1,910 bilhão. Já na semana passada, houve a entrada US$ 941 milhões. No acumulado do mês, até sexta-feira passada, a saída líquida de dólares do país estava em US$ 968 milhões.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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