|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
entrevista
Trabalho não está completo, diz professor
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Para Marcelo Moura, professor do Insper e especialista em bancos centrais, Henrique Meirelles tem feito um
"excelente" trabalho como
presidente do Banco Central, mas a instituição ainda
precisa conseguir que o país
viva em estabilidade de preços com juros menores.
FOLHA - Qual é a sua avaliação
da gestão Meirelles no BC?
MARCELO MOURA - O BC foi
eficiente. Em 2003, quando
o Meirelles assumiu, o regime de metas de inflação estava sendo questionado. Os índices de preços haviam ficado acima do desejado, e ele
conseguiu reverter essa alta.
FOLHA - Muitos especialistas dizem que não era preciso usar
uma dose tão forte de juros.
MOURA - No começo do
mandato do Meirelles, a taxa
Selic estava na casa dos 20%
ao ano; hoje, encontra-se em
8,75%. A tendência de longo
prazo, portanto, sempre foi
de queda. Comparei as políticas do BC com as dos seus
pares na América Latina e
vejo o brasileiro como um
dos mais agressivos para
controlar a inflação e reduzir
os juros. Nos últimos anos, a
autoridade monetária fez o
melhor que poderia, considerando o histórico de hiperinflação do país.
FOLHA - O fato de Meirelles não
ter conseguido a independência
do BC, como desejava, deve ser
considerado um fracasso?
MOURA - O Meirelles não é
responsável por definir esse
tipo de coisa, e sim o Poder
Legislativo.
FOLHA - E quais deveriam ser as
prioridades do BC agora?
MOURA - O trabalho realizado pelo Meirelles foi excelente, porém não está completo. O Brasil ainda precisa
conquistar uma estabilidade
de preços com juros menores. Acho que o país tem, sim,
condições de viver com uma
taxa Selic abaixo de 5%.
Texto Anterior: Análise: Permanência representa uma vitória do PMDB Próximo Texto: Após mudança em compulsório, BC retira R$ 32 bi da economia Índice
|