São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2010

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Após mudança em compulsório, BC retira R$ 32 bi da economia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central já retirou R$ 37 bilhões da economia desde a semana passada, com a entrada em vigor da primeira das duas mudanças anunciadas para levar os compulsórios de volta aos níveis pré-crise, reduzindo a oferta de crédito.
O valor se refere ao aumento na alíquota da "exigibilidade adicional", uma forma de compulsório que incide sobre depósitos a prazo, à vista e poupança, principalmente de grandes bancos. O valor dentro dessa regra subiu de R$ 52 bilhões para R$ 89 bilhões.
O compulsório é a parcela do dinheiro depositado nos bancos que fica preso no BC. Para injetar dinheiro na economia no período da crise, foram liberados R$ 100 bilhões para disponibilizar mais recursos para o crédito. Em setembro de 2008, o montante de compulsório era de R$ 257 bilhões.
Com a medida, o total de depósitos compulsórios no BC chegou a R$ 254 bilhões no final da semana passada (último dado disponível), 16% acima do verificado 30 dias antes. Está prevista ainda a retirada de mais R$ 34 bilhões da economia a partir da próxima semana, com a segunda mudança no compulsório anunciada pelo BC no final de fevereiro.
Anteontem, o novo diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Vasconcelos, disse que o impacto dessas medidas sobre o crédito depende de cada banco. Ele lembrou, no entanto, que o mercado prevê expansão do crédito em 2010, e não retração -mesma expectativa, aliás, do próprio BC.
"O impacto da decisão do BC pode se dar em preço ou em quantidade. As expectativas do mercado sinalizam para uma expansão do crédito em torno de 20%", afirmou Vasconcelos.
Essas mudanças fazem parte da "estratégia de saída" do governo para retirada dos incentivos dados na crise. Outro incentivo já retirado é a redução de impostos para veículos.
(EDUARDO CUCOLO)

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