|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Produção industrial sobe em fevereiro e volta ao nível pré-crise
Resultado foi puxado pela expansão de bens de consumo e de capital, segundo o IBGE; de 755 produtos pesquisados, 72% tiveram produção maior neste ano
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
A produção industrial brasileira cresceu 1,5% em fevereiro
deste ano em relação a janeiro,
na segunda alta consecutiva. O
resultado foi puxado principalmente pela expansão dos bens
de consumo e dos bens de capital. Na comparação com fevereiro de 2009, quando o setor
ainda vivia de forma mais intensa os efeitos da crise, a alta
foi de 18,4%.
Com o resultado, a produção
voltou aos níveis verificados
em maio de 2008. Também ficou apenas 3,2% abaixo do recorde verificado em setembro
daquele ano.
No caso dos fabricantes de
bens de consumo semi e não
duráveis, no entanto, o patamar pré-crise já foi superado
em 1,6%. O segmento sofreu
menos com o desaquecimento
da economia por ser mais voltado para o mercado interno e
menos dependente da oferta de
crédito aos consumidores.
Em fevereiro, a alta da produção dos bens não duráveis foi
de 2,4% sobre janeiro. A segunda maior expansão foi verificada nos bens de capital, que inclui máquinas e equipamentos.
A alta foi de 1,7%.
"Esse setor perdeu ritmo nos
meses de dezembro de 2009 e
de janeiro deste ano. Ao voltar a
crescer a essa taxa expressiva
de 1,7%, fortalece as expectativas de vê-lo assumir uma das lideranças da produção industrial, como ocorria antes de setembro de 2008, bem como
confirma que os investimentos
estão sendo retomados de modo mais consistente", diz boletim do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Industrial) divulgado ontem.
Evolução generalizada
O economista André Macedo, do IBGE, ressalta que, desde abril de 2009, quando teve
início a recuperação da produção de bens de capital, o setor
acumula alta de 31,4%.
Mesmo assim, o patamar de
produção atual ainda está 9,9%
abaixo do de setembro de 2008.
Como o setor está relacionado
à expansão da capacidade produtiva, é considerado indicativo do comportamento da indústria no futuro.
Nas outras categorias, a defasagem em relação aos níveis
pré-crise é menor. Fica em menos 1,3% nos bens intermediários e em menos 0,7% nos bens
de consumo duráveis. O primeiro grupo diminuiu o ritmo
de produção em fevereiro, mas
a queda de 0,5% é vista como
uma "acomodação" após 13
meses seguidos de expansão. Já
os bens duráveis tiveram alta
de 0,7% sobre janeiro.
Macedo também destacou
que o crescimento em relação a
fevereiro de 2009 foi generalizado. Dos 755 produtos pesquisados, 72,1% tiveram produção
maior neste ano. É o maior percentual da série histórica iniciada em 2003.
A amplitude da melhora aparece também na análise setorial. Dos 27 ramos industriais
pesquisados, apenas dois produziram em fevereiro deste ano
menos do que em fevereiro de
2009. Foram eles o setor de fumo e de outros equipamentos
de transporte, que inclui a indústria de aviões.
Texto Anterior: Encomendas feitas por países vizinhos salvam as exportações Próximo Texto: Bens duráveis lideraram a expansão Índice
|