São Paulo, quinta, 2 de abril de 1998

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BÔNUS
Gustavo Franco defende operação realizada no mercado internacional
BC diz que custo para captar US$ 1,25 bi foi "o melhor"

da Sucursal de Brasília

O presidente do Banco Central, Gustavo Franco, disse ontem que o custo da operação de lançamento de US$ 1,25 bilhão em bônus da República no mercado internacional "foi o melhor que se poderia ter conseguido".
Anteontem, o governo brasileiro colocou esse valor em papéis da República com prazo de dez anos e prêmio de 3,75 pontos percentuais acima das taxas de títulos similares do Tesouro norte-americano com prazo equivalente.
Conforme a Folha noticiou ontem, o lançamento não foi um sucesso porque o país captou recursos externos pagando juros mais altos na operação do que se pretendia inicialmente.
A corretora Merrill Lynch, que comandou a operação, pretendia emitir US$ 1 bilhão e anunciou na segunda-feira ao mercado que os papéis teriam rendimento de 3,5 pontos. O prêmio teria sido aumentando para 3,62 pontos e fechou em 3,75 pontos porque o mercado achou as taxas de juros anteriores baixas.
"É a melhor estimativa (de pagamento de juros) para um papel de dez anos", rebateu Franco ontem, ao chegar à cerimônia de transmissão de cargo ao novo ministro do Planejamento, Paulo Paiva.
Segundo ele, os bônus brasileiros pagaram 3,75 pontos a mais porque as taxas do Tesouro norte-americano estão mais baixas.
A consulta sobre o valor do prêmio a investidores é rotina, segundo Franco. Mas ele não confirmou a oferta de prêmios de 3,5 e 3,62 pontos.
A operação poderia ter sido feita a 3,5 pontos acima de títulos similares do Tesouro norte-americano, segundo Franco, mas o valor de emissão seria menor.
"Mais importante do que julgamentos amadores é o fato de se fazer uma operação nesse montante", disse ele.



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