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TRABALHO
Chrysler revê
automação
e aposenta
robôs
FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba
A fábrica da Chrysler em Campo
Largo (PR), que vai produzir a picape Dodge Dakota, começa a
operar em junho com um índice
de apenas 15% de automação.
Segundo Sérgio Hartmann, gerente de operações, existem fábricas de automóveis no mundo onde a automação chega a 50%.
Hartmann afirma que o menor
grau de máquinas automatizadas
na fábrica da Chrysler no Brasil será possível por causa do baixo número de veículos a ser produzido,
cerca de dez por hora.
Mas não é só. Segundo o gerente
de operações, o conceito de automação das fábricas de veículos,
paradigma da indústria automotiva a partir da década de 80, está
sendo revisto. "Está havendo uma
volta às origens."
Segundo o gerente, o mercado
exige cada vez mais diversidade de
modelos e de opcionais, uma flexibilidade que os robôs não podem
oferecer.
"Nós temos cada vez mais necessidade de respostas rápidas, o que
não é possível com um processo
automatizado, quadrado. Nada é
mais flexível que o homem."
Em agosto próximo, a fábrica da
Chrysler em Detroit, Estados Unidos, vai aposentar os robôs responsáveis pela montagem da porta do Jeep Grand Cherokee.
Em seu lugar, voltam os operários.
David Elliott, diretor industrial
da Chrysler no Brasil, diz que,
além da falta de flexibilidade, pesa
contra o robô a manutenção cara.
Elliott diz também que, como os
robôs não são inteligentes, qualquer falha na linha de montagem
só pode ser detectada após a conclusão do processo, o que exige
muitas vezes um duplo trabalho.
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