São Paulo, quinta, 2 de abril de 1998

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TRABALHO

Chrysler revê automação e aposenta robôs

FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba

A fábrica da Chrysler em Campo Largo (PR), que vai produzir a picape Dodge Dakota, começa a operar em junho com um índice de apenas 15% de automação.
Segundo Sérgio Hartmann, gerente de operações, existem fábricas de automóveis no mundo onde a automação chega a 50%.
Hartmann afirma que o menor grau de máquinas automatizadas na fábrica da Chrysler no Brasil será possível por causa do baixo número de veículos a ser produzido, cerca de dez por hora.
Mas não é só. Segundo o gerente de operações, o conceito de automação das fábricas de veículos, paradigma da indústria automotiva a partir da década de 80, está sendo revisto. "Está havendo uma volta às origens."
Segundo o gerente, o mercado exige cada vez mais diversidade de modelos e de opcionais, uma flexibilidade que os robôs não podem oferecer.
"Nós temos cada vez mais necessidade de respostas rápidas, o que não é possível com um processo automatizado, quadrado. Nada é mais flexível que o homem."
Em agosto próximo, a fábrica da Chrysler em Detroit, Estados Unidos, vai aposentar os robôs responsáveis pela montagem da porta do Jeep Grand Cherokee.
Em seu lugar, voltam os operários.
David Elliott, diretor industrial da Chrysler no Brasil, diz que, além da falta de flexibilidade, pesa contra o robô a manutenção cara.
Elliott diz também que, como os robôs não são inteligentes, qualquer falha na linha de montagem só pode ser detectada após a conclusão do processo, o que exige muitas vezes um duplo trabalho.



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