São Paulo, quinta, 2 de abril de 1998

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COMBUSTÍVEIS
Mistura é na gasolina
Montadoras aprovam até 25% de álcool

DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília

O MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo) já conta com parecer favorável das montadoras para o aumento da proporção do álcool anidro misturado à gasolina de 22% para 24%.
Esse é o aval necessário para que o Cima (Conselho Ministerial do Açúcar e do Álcool) aprove a nova proporção em sua próxima reunião, cuja data não foi marcada.
Em relatório técnico enviado ao MICT nesta semana, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) afirma que não haverá prejuízo para os automóveis se for adicionado até 25% de álcool anidro.
Essa foi uma das idéias relacionadas com a reativação do Proálcool defendidas pelo ex-ministro Francisco Dornelles, que voltou a ser deputado federal pelo PPB.
Outra proposta que será decidida pelo Cima é o estímulo à substituição da frota de veículos oficiais e dos automóveis particulares velhos por modelos novos e movidos a álcool.
Esta última medida, entretanto, dependeria da isenção ou redução do IPI, que é federal, e do ICMS, que é estadual.
Dornelles deixou o ministério ontem. Seu sucessor, o embaixador José Botafogo Gonçalves (também do PPB), afirmou ontem que dará continuidade aos projetos do MICT que estão em andamento.
A reativação do Proálcool é considerada uma das prioridades do governo para evitar desemprego em regiões produtoras de cana-de-açúcar e álcool.
Erros
Em seu discurso de posse, o ministro Botafogo afirmou, em tom de brincadeira, que assumirá seus erros sozinho.
Ele foi indicado por Dornelles e por seu último chefe, o ministro Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores).
O novo ministro prometeu dar ênfase ao desafio do governo de atingir a meta de US$ 100 bilhões de exportações até 2002 e de colocar em prática os instrumentos para aumentar os embarques.
"O aumento das exportações não exige inspiração. Exige concentração e transpiração", disse ele, depois da cerimônia de posse.
Ele ainda afirmou que a consolidação da abertura comercial deverá ser feita "com prudência, de maneira gradual e de forma equilibrada" e em "ritmo compatível com os interesses dos empresários, trabalhadores e dos consumidores brasileiros".
A orientação é a mesma que Botafogo seguiu enquanto esteve em seu último posto, a chefia da área econômica do Itamaraty. Nessa função, ele liderou a equipe de negociadores brasileiros na Alca (Área de Livre Comércio das Américas), Mercosul e OMC (Organização Mundial do Comércio).
Na próxima terça-feira, o diretor-geral do Departamento Econômico do Itamaraty, embaixador José Alfredo Graça Lima, assumirá o antigo cargo de Botafogo.



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