São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2000


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MUNDO
Alerta contra abertura consta de mensagem do Papa e move protestos dos EUA à Turquia e Indonésia
Globalização vira tema do 1º de Maio

da Redação

Os manifestantes do 1º de Maio elegeram, em muitos países, a globalização como principal alvo dos seus protestos neste ano.
Foi esse também o mote do discurso do papa João Paulo 2º ontem. Em sua mensagem aos trabalhadores de todo o mundo, o papa disse que a globalização não podia violar os direitos humanos.
Em Chicago, nos EUA, onde teve início há 114 anos a tradição do 1º de Maio, cerca de 900 manifestantes fizeram um protesto em frente ao Chicago Board of Trade, carregando cartazes e gritando que "pessoas devem vir antes dos lucros".
Em Nova York, durante as manifestações, a polícia prendeu 19 pessoas que estavam vestidas com roupas semelhantes às de ativistas que haviam impedido a realização do encontro da Organização Mundial do Comércio (OMC) no ano passado em Seattle. A Bolsa de Nova York funcionou normalmente, mas informou que estava em contato direto com a polícia para evitar que fosse alvo de ataques.
Na Turquia, milhares de pessoas ocuparam as ruas para protestar diretamente contra o Fundo Monetário Internacional.
A Turquia fechou um acordo com o organismo no ano passado para receber um socorro de US$ 4 bilhões. Em troca, o governo turco se comprometeu a aplicar um programa de reformas econômicas. "FMI: esta nação não está à venda" era uma das mensagens estampadas em cartazes ontem em Istambul.
Os protestos na Indonésia também tiveram como alvo as políticas econômicas impostas pelo FMI. Na cidade de Medan, na ilha de Sumatra, 10 mil pessoas se reuniram nas manifestações. Em um confronto entre estudantes e policiais não relacionado ao 1º de Maio, duas pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas.
Na Eslováquia, houve protestos contra o desemprego na capital, Bratislava. No Líbano, cerca de 500 trabalhadores foram para as ruas de Beirute para pedir melhores salários e segurança no emprego em meio à recessão econômica que o país enfrenta.
Em Sofia, na Bulgária, 7.000 pessoas, a maioria idosos, foram para as ruas para protestar contra a pobreza e a corrupção do governo de centro-direita. Nas Filipinas, a polícia usou água para dispersar manifestantes, que tentavam chegar perto do palácio presidencial em Manila.
No Zimbabwe, os trabalhadores ficaram em casa, a pedido dos sindicatos. Os sindicatos cancelaram as manifestações pela primeira vez desde que o país se tornou independente do Reino Unido, em 1980. Os sindicatos pediram que os trabalhadores "rezassem pela paz".



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