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MUNDO
Alerta contra abertura consta de mensagem do Papa e move protestos dos EUA à Turquia e Indonésia
Globalização vira tema do 1º de Maio
da Redação
Os manifestantes do 1º de Maio
elegeram, em muitos países, a globalização como principal alvo dos
seus protestos neste ano.
Foi esse também o mote do discurso do papa João Paulo 2º ontem. Em sua mensagem aos trabalhadores de todo o mundo, o
papa disse que a globalização não
podia violar os direitos humanos.
Em Chicago, nos EUA, onde teve início há 114 anos a tradição do
1º de Maio, cerca de 900 manifestantes fizeram um protesto em
frente ao Chicago Board of Trade,
carregando cartazes e gritando
que "pessoas devem vir antes dos
lucros".
Em Nova York, durante as manifestações, a polícia prendeu 19
pessoas que estavam vestidas
com roupas semelhantes às de ativistas que haviam impedido a
realização do encontro da Organização Mundial do Comércio
(OMC) no ano passado em Seattle. A Bolsa de Nova York funcionou normalmente, mas informou
que estava em contato direto com
a polícia para evitar que fosse alvo
de ataques.
Na Turquia, milhares de pessoas ocuparam as ruas para protestar diretamente contra o Fundo Monetário Internacional.
A Turquia fechou um acordo
com o organismo no ano passado
para receber um socorro de US$ 4
bilhões. Em troca, o governo turco se comprometeu a aplicar um
programa de reformas econômicas. "FMI: esta nação não está à
venda" era uma das mensagens
estampadas em cartazes ontem
em Istambul.
Os protestos na Indonésia também tiveram como alvo as políticas econômicas impostas pelo
FMI. Na cidade de Medan, na ilha
de Sumatra, 10 mil pessoas se reuniram nas manifestações. Em um
confronto entre estudantes e policiais não relacionado ao 1º de
Maio, duas pessoas morreram e
mais de 20 ficaram feridas.
Na Eslováquia, houve protestos
contra o desemprego na capital,
Bratislava. No Líbano, cerca de
500 trabalhadores foram para as
ruas de Beirute para pedir melhores salários e segurança no emprego em meio à recessão econômica que o país enfrenta.
Em Sofia, na Bulgária, 7.000
pessoas, a maioria idosos, foram
para as ruas para protestar contra
a pobreza e a corrupção do governo de centro-direita. Nas Filipinas, a polícia usou água para dispersar manifestantes, que tentavam chegar perto do palácio presidencial em Manila.
No Zimbabwe, os trabalhadores
ficaram em casa, a pedido dos sindicatos. Os sindicatos cancelaram
as manifestações pela primeira
vez desde que o país se tornou independente do Reino Unido, em
1980. Os sindicatos pediram que
os trabalhadores "rezassem pela
paz".
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