São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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Luta pelo emprego é o foco, diz CUT

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As comemorações do Dia do Trabalho organizadas ontem pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) começaram num tom amistoso em relação a sua arquirival, a Força Sindical. Na avaliação do secretário-geral da CUT, João Antonio Felício, as celebrações não devem ser comparadas ou se tornarem o foco da festa. "Vamos retomar com força essa questão da cobrança por políticas de emprego. Por isso estamos aqui", disse Felício, no evento da CUT na avenida Paulista.
José Lopes Feijó, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, adotou o mesmo discurso e não fez comparações entre os atos políticos promovidos ontem. "Falaram que queremos promover coisas grandiosas. Queremos fazer o que sempre fizemos: chamar a atenção do trabalhador para a luta contra o desemprego", afirmou ele.
Segundo dados da Polícia Militar, divulgados às 11h45, existiam cerca de 200 mil pessoas assistindo aos shows promovidos pela CUT. Uma hora antes, perto das 10h30, entre 60 e 70 mil pessoas assistiam ao evento. As informações foram passadas pelo coronel da PM, Roberto Rodrigues.
A expectativa da CUT era que cerca de 1 milhão de pessoas se reuniriam na avenida Paulista no pico da festa -por volta das 16h.
Os dados a respeito do número de pessoas presentes no local variavam entre estimativas da PM e dos organizadores. Enquanto a polícia falava em 60 mil pessoas -cerca de dois quilômetros de espaço ocupado-a central sindical estimava 200 mil presentes.

Café com bolacha
Durante toda a manhã, representantes e convidados da CUT estiveram no quartel-general da central sindical, localizado na Casa Fasano, bufê freqüentado pelos mais ricos do país, no bairro dos Jardins, em São Paulo.
O local foi cedido gratuitamente por Fabrizio Fasano, proprietário e simpatizante da CUT. No local, café da manhã -regado a água e café com ou sem açúcar e seis tipos de biscoitos- teve a presença basicamente de pessoas que ganharam os convites dos patrocinadores da central, como exemplo, funcionários da Embratel e da Petrobras. Filas se formaram no local, mas as pessoas se decepcionaram com a infra-estrutura.
"Olha, achei bem pobrinho, viu? Só tinha café e umas bolachinhas", afirmou Maria Carvalho Guimarães, funcionária da área administrativa da Embratel. "Não sei quem veio com essa história de café suculento e farto. Não era essa a nossa proposta", afirmou Feijó, do Sindicato dos Metalúrgicos. O PSTU, que realiza um ato paralelo, chegou a criticar esse café promovido pela CUT no Fasano.


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