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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Promoção não é solução mágica, diz Armínio
O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco
Central e sócio da Gávea Investimentos, considera a festa que
se fez no país em torno da obtenção do grau de investimento
justa e merecida, mas recomenda cautela.
"Não é uma solução mágica
para todos os nossos problemas", diz. "Não podemos achar
que é o fim da linha."
Armínio diz, no entanto, que
não quer dar um tom negativo a
essa promoção concedida ao
Brasil pela agência de classificação de risco Standard &
Poor's, até porque se sente um
dos que participaram desse
processo. Ele presidiu o Banco
Central de 1999 a 2002, durante o segundo mandato do governo FHC.
Para Armínio, o grau de investimento é resultado de um
trabalho de muita disciplina e
perseverança e que vem sendo
desenvolvido ao longo de muitos anos.
Um dos principais argumentos da Standard & Poor's para
conferir o grau de investimento
ao Brasil foi a independência
operacional do Banco Central,
uma marca tanto do governo
FHC como do atual governo.
Armínio diz que, assim que
passar o período de festa, o governo deve arregaçar as mangas e continuar a trabalhar.
Entre os problemas, a seu
ver, que precisam ser atacados,
ele citou o crescimento dos gastos públicos, que pode se tornar
uma preocupação maior a curto e médio prazos; a qualidade
da educação e as deficiências de
infra-estrutura.
O grau de investimento, de
acordo com Armínio, diz respeito a apenas um aspecto dos
problemas, que é o chamado
coeficiente do risco-país. Esse
problema dificultou a vida do
Brasil das mais variadas maneiras nos últimos anos, seja na
balança de pagamentos ou no
custo da dívida, entre outros
exemplos, mas não deve ser o
único motivo de preocupação.
Armínio chama a atenção para o fato de que o grau de investimento não é permanente. Se
o país não continuar perseguindo políticas macroeconômicas
consistentes, nada o impede de
ser rebaixado novamente.
"O fato de o Brasil ter sido
campeão do mundo não significa que o título será eterno. Se
jogar mal, perde o título", diz o
ex-BC.
Armínio não acredita que a
obtenção do grau de investimento irá resultar numa queda
das taxas de juros no curto prazo. As questões de maior peso
hoje, segundo ele, são a inflação
e a política fiscal.
"A taxa de juros ainda continua a ser um problema predominantemente doméstico",
diz. "E o Banco Central não pode continuar trabalhando sozinho para combater a inflação."
Apesar de o grau de investimento ter sido concedido antes
do previsto, Armínio Fraga
afirma que o mercado já esperava essa notícia.
"O mercado já tratava o Brasil como já tendo obtido grau de
investimento", diz. "A data da
formatura é sempre importante, mas não deixa de ser um
símbolo. O aprendizado ocorreu ao longo do curso."
Tanto que, de acordo com Armínio, o prêmio de risco para os
empréstimos para o Brasil já tinha caído bastante. Para um
ano, por exemplo, a taxa estava
em 0,3%, e, para cinco anos, em
1%. Se o Brasil tomasse um empréstimo nos Estados Unidos
por um ano, por exemplo, iria
pagar mais ou menos 2,3% de
juros.
Armínio também não acredita que o grau de investimento
vá ampliar significativamente a
entrada de recursos externos e
aumentar ainda mais a valorização do real.
Como, a seu ver, essa promoção da classificação do país já
estava no radar de muitos investidores, há uma chance que
ele considera muito razoável de
a pressão sobre o câmbio não
ser muito maior do que já existe
hoje.
"Alguma coisa vem daqui para a frente, mas não creio que vá
ser algo de muito impacto", diz.
Expectativa para Dia das Mães é a melhor desde 2006, diz Serasa
A expectativa para as vendas
no Dia das Mães é a melhor desde 2006, segundo pesquisa da
Serasa. Do total de entrevistados, 54% esperam aumento do
faturamento na comparação
com 2007, 38% prevêem estabilidade e 8% aguardam queda.
As grandes empresas são as
mais otimistas: 80% estimam
aumentar o faturamento. O
percentual foi de 59% para médias e 49% para pequenas.
A região com expectativa
mais favorável para o volume
de vendas é a Centro-Oeste, onde 63% estão otimistas. No ranking por regiões, em segundo
lugar está o Norte (59%), seguido por Sul (58%), Nordeste
(56%) e Sudeste (54%).
Os varejistas apontam o crescimento da economia, da renda
e do emprego como causas do
otimismo -50% citaram essas
razões e 50% atribuem a aspectos microeconômicos, como
venda de itens que têm afinidade com a data e promoções.
A previsão é que as roupas e
os acessórios sejam os presentes mais procurados (24% das
respostas apontam esses itens)
e, em seguida, celulares e eletrodomésticos (22% cada um),
flores (16%), entre outros itens
que tiveram menos destaque.
Em relação à forma de pagamento, 55% esperam venda a
prazo, e 45%, à vista.
CABELEIRA
O grupo Couromoda, por meio de seu braço na área de
beleza, Hair Brasil, organiza o "Intercoiffure World Congress" no Rio, de 18 a 20 deste mês. "É o congresso mais
importante do setor. O fato de ser realizado aqui confirma que nosso país é o terceiro maior mercado mundial
para produtos de beleza", diz Francisco Santos, presidente do grupo. O presidente mundial da divisão profissional
da Wella, Robert Jongstra, e o diretor-geral da mesma divisão da L'Oréal, Minter Dial, participam do congresso.
TRAILER
A Fox, em parceria com o YouTube, acaba de lançar uma
página da distribuidora dentro do site para oferecer conteúdos sobre seus filmes e DVDs. Ficarão disponíveis trailers de
filmes, cenas extras, imagens, comentários, sinopses e perfil
dos atores. A idéia é que a página estimule o consumidor a
alugar os filmes e encontrar links para a compra on-line de
DVDs. Segundo Hegel Braga, diretor de marketing da Fox
Home Brasil, a parceria com o YouTube é parte de um projeto para criar iniciativas de comunicação on-line. "O comércio eletrônico é cada vez mais representativo", diz.
ESTRÉIA
Roberto Justus, presidente do grupo Newcomm,
apresenta a nova agência
Energy na terça. À frente da
operação estarão Paulo
Guerchfeld e Vitor Knijnik,
sócios da Dez Brasil, agência
que será incorporada ao novo negócio do grupo. Entre
os clientes, haverá nomes
como Asics, TAM e Mabe.
CALCULADORA
Se não houvesse o reajuste
da gasolina e do diesel, a Petrobras iria perder, neste
mês, R$ 1 bilhão. Os cálculos
são do economista Adriano
Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura). Com o aumento, a
conta vai cai pela metade e a
estatal deve perder R$ 500
milhões.
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