|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREVIDÊNCIA
Aplicação em aposentadoria complementar não vai ser tributada
Servidor fica livre de IR em fundo
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os fundos de pensão que serão
criados para complementar as
aposentadorias de novos servidores públicos ficarão livres do recolhimento de IR (Imposto de Renda) sobre os rendimentos de suas
aplicações.
A isenção está prevista na minuta de projeto de lei elaborada pelo
Ministério da Previdência com o
objetivo de regulamentar as mudanças nas regras de aposentadoria do setor público aprovadas no
ano passado.
A medida deverá criar polêmica
no setor porque os atuais fundos
de pensão, patrocinados por empresas privadas ou públicas, são
obrigados a recolher o imposto
em um regime especial de tributação. O regime foi instituído depois de anos de disputa judicial
entre o governo e as entidades,
que se recusavam a pagar IR sobre seus rendimentos.
Segundo o secretário de Previdência Complementar, Adacir
Reis, a isenção faz parte da legislação que criou o próprio regime
especial para os fundos a partir de
2002. "A medida provisória previa que patrocinadores imunes
têm isenção do IR. Como a União
é um patrocinador imune, ficará
isenta", declarou o secretário.
A minuta do projeto de lei também estabelece que serão criados
fundos de pensão específicos para
cada um dos Poderes. A medida
atende ao Judiciário que, desde a
tramitação da reforma no Congresso, pressionava para ter um
fundo de previdência complementar próprio.
Segundo Reis, a minuta está
sendo analisada por outros setores do governo, como os ministérios da Fazenda e do Planejamento. A previsão é que o projeto seja
enviado ao Legislativo antes do
recesso parlamentar de julho.
A reforma da Previdência estabelece que novos servidores públicos terão as aposentadorias limitadas ao teto dos benefícios do
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) -atualmente R$
2.508,73.
Para complementar as aposentadorias, serão criados fundos de
pensão para os quais governo e
servidores contribuirão na mesma proporção. Para os atuais servidores, a reforma da Previdência
manteve a aposentadoria integral
equivalente ao último salário. Eles
poderão optar pelo novo regime.
No projeto de lei preparado pelo
Ministério da Previdência, fica
claro que novos servidores são
aqueles contratados depois que o
novo regime de previdência complementar for criado. Pela proposta, cada um dos Poderes terá
seu próprio fundo.
No texto do projeto, a Previdência ainda esclareceu a questão em
torno da natureza jurídica dos novos fundos de pensão. Na reforma, o Congresso modificou o texto original encaminhado pelo
Executivo e determinou que os
fundos tivessem natureza pública.
A nova figura jurídica, no entanto, poderia engessar os fundos
de pensão, fazendo-os perder
competitividade no mercado. Na
regulamentação, embora os fundos mantenham a natureza pública, serão entidades de direito privado, sem fins lucrativos.
Poderão contratar funcionários
sem concurso público e fazer
compras sem licitação. Nos dois
casos, serão realizados apenas
processos seletivos cujas regras
estarão previstas nos estatutos
das entidades.
Pela proposta, a natureza pública será caracterizada pela prestação de contas ao público e envio
de relatórios anuais ao Legislativo. Os recursos dos fundos serão
privados e desvinculados da
União.
Texto Anterior: Financiamento: BNDES empresta US$ 222 mi para a Embraer Próximo Texto: Aposentado já paga juros menores Índice
|