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COMÉRCIO EXTERIOR
Saldo ultrapassa US$ 3 bi no mês e atinge US$ 11,24 bi no ano; importações crescem mais que exportações
Superávit da balança bate recorde em maio
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez na história, o
superávit da balança comercial de
um mês ultrapassou os US$ 3 bilhões. Em maio, as exportações
superaram as importações em
US$ 3,118 bilhões. O recorde anterior era de dezembro de 2003,
quando o saldo ficou em US$
2,754 bilhões, segundo dados do
Ministério do Desenvolvimento.
No ano, o superávit da balança
já é de US$ 11,243 bilhões -também recorde para o período.
Um volume histórico de exportação colaborou para o resultado
em maio. No mês passado, o país
vendeu US$ 7,941 bilhões para o
exterior, 24,6% a mais que no
mesmo período do ano passado.
O maior volume de exportações
num mês, até então, era o de março: US$ 7,927 bilhões.
O comportamento das exportações foi suficiente para compensar o aumento de 25,1% das importações, o maior índice de crescimento de compras externas
mensal desde o início do ano. No
total, o Brasil comprou do exterior, em maio, US$ 4,823 bilhões.
O aumento das importações
não incomoda o governo. É interpretado como um sinal da retomada da economia. O ministro
Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) enfatizou o crescimento
das importações de máquinas,
que ficou em 20% no mês passado. É um resultado bastante superior ao registrado desde o início
do ano, de 8,4%. A compra de máquinas significa mais investimentos na produção.
O mês passado foi o segundo
consecutivo em que as importações cresceram mais do que as exportações. No primeiro trimestre,
a taxa de aumento das vendas superava a das compras. O setor cujas importações mais crescem é o
de combustíveis e lubrificantes
-25,2% neste ano. Em segundo,
estão as matérias-primas (20,3%).
Como as máquinas, as importações de matérias-primas e de insumos servem de indicador da
atividade econômica.
Menos vulnerabilidade
Ao comentar o desempenho da
balança, Furlan disse que a "vulnerabilidade brasileira está diminuindo". O aumento das importações e das exportações fez com
que, no acumulado de 12 meses, o
fluxo de comércio brasileiro passasse de US$ 130 bilhões.
Segundo Furlan, com mais comércio, o país fica menos vulnerável a crises externas, como a alta
do preço do petróleo, pois o produto passa a ter uma participação
menor nos dados da balança.
"Crescemos na adversidade",
afirmou, ao comentar que o comércio externo brasileiro crescia
mais rápido do que o mundial.
Desde o início do ano, o país exportou US$ 33,979 bilhões,
25,25% a mais que no mesmo período do ano passado. A Unctad
(Conferência das Nações Unidas
sobre o Comércio e o Desenvolvimento), segundo Furlan, estima
que o comércio mundial vá crescer, neste ano, cerca de 8%.
As importações, por sua vez, registram um aumento menor do
que o das exportações -de 19,1%
no ano. Nos primeiros cinco meses do ano, o país importou US$
22,736 bilhões.
Preço da soja
O desempenho excepcional das
exportações desde o início do
ano, no entanto, não fez com que
Furlan mudasse a meta de exportar US$ 83 bilhões em 2004. Segundo ele, a queda no preço da
soja pode ter um efeito negativo,
que não está previsto nas estimativas do ministério. O preço do
grão no mercado futuro já está
abaixo do estimado pelo Ministério do Desenvolvimento.
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