São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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Setor de comunicação poderá receber R$ 2,5 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) planeja criar uma linha de crédito de R$ 2 bilhões para o refinanciamento de dívidas das empresas de comunicação, além de outra linha de R$ 500 milhões para a compra de papel de imprensa produzido no país.
As informações estão em um ofício enviado pelo presidente do BNDES, Carlos Lessa, ao presidente da Comissão de Educação do Senado, Osmar Dias (PDT-PR), que tem conduzido os debates no Congresso sobre o programa de socorro ao setor de mídia.
A operação vem sendo estudada pelo governo desde o ano passado, em razão de um pedido apresentado por entidades representativas do setor -cujas dívidas somam cerca de R$ 10 bilhões. O BNDES defende o refinanciamento das dívidas com o argumento de que é "estratégico" para o país manter as empresas sob o controle de brasileiros.
Em março, durante depoimento à comissão, o vice-presidente do BNDES, Darc Costa, disse que o programa poderia ter até R$ 4 bilhões -em estudo entregue ao banco, as empresas falavam em R$ 5 bilhões.
No documento, Lessa trata as regras listadas como propostas e estudos. Para o refinanciamento de dívidas, o BNDES faria empréstimos de forma indireta, ou seja, intermediados por outros bancos, "levando-se em consideração a conveniência de que as empresas da indústria de comunicações tenham independência dos órgãos de governo".
Os juros seriam de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, hoje de 9,75% ao ano), mais 5% ao ano (remuneração do BNDES) e a taxa cobrada pelo banco intermediário. O prazo seria de até 60 meses. Cada empresa poderia tomar, no máximo, o valor equivalente a 25% de sua receita operacional líquida, limitado a R$ 500 milhões ou ao valor total da dívida.
Para a aquisição de papel de imprensa nacional, os empréstimos também seriam indiretos, com os mesmos juros. O prazo para pagamento seria de até 30 meses e o teto do empréstimo seria calculado a partir do estoque do produto. Foi descartada a proposta de financiar a importação de papel.


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