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MEDICAMENTOS
Desempenho do segmento tem amenizado a queda no volume total comercializado pela indústria farmacêutica
Venda de remédios genéricos cresce 29%
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria farmacêutica vendeu 117 milhões de caixas de medicamentos a menos em 2003, em
relação a 2002. Nos últimos cinco
anos, a curva é decrescente e o resultado só não tem sido ainda
pior por conta dos genéricos. Em
um ano, de março de 2003 a março de 2004, as empresas de genéricos venderam 23 milhões de caixas a mais do que nos 12 meses
anteriores -alta de 28,7%.
O bom desempenho do segmento de remédio de baixo valor
ajudou as empresas a buscar recursos no mercado para projetos.
"Foram feitos investimentos de
grande porte em fábricas e em mídia, inclusive com apoio do
BNDES, para que se conseguisse
colocar lançamentos de genéricos
nas lojas", afirma Vera Valente,
diretora-executiva da Pró-Genéricos (Associação Brasileira de
Medicamentos Genéricos).
As maiores fabricantes desse
segmento investiram R$ 1 bilhão
em modernização e construção
de plantas fabris em cinco anos.
De março de 2003 a março de
2004, a indústria de genéricos
vendeu ao consumidor 103 milhões de unidades de medicamentos. Nos 12 meses anteriores, o volume não passou de 80 milhões de
unidades. Em 2001, quando o
produto começou a ganhar expressão nacional, o volume de
vendas correspondia a apenas 1/8
do total registrado atualmente. Os
dados são de relatórios da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica) e da Pró-Genéricos.
Com preços até 35% inferiores
ao de produtos tradicionais, os
medicamentos genéricos, lançados em 1999, formam um mercado explorado por mais de 50 empresas, que disponibilizam no
mercado 4.500 apresentações
-por exemplo, o Amoxil 125 gramas é uma apresentação, e o
Amoxil 250 gramas, outra.
Segundo dados da Febrafarma,
de 1999 para cá a demanda por
medicamentos no Brasil foi encolhendo e o volume comercializado caiu de pouco mais de 1,7 bilhão de unidades (caixas) de remédios para quase 1,5 bilhão.
A razão dessa queda está na retração da demanda, que forçou o
consumidor a evitar a compra de
remédios em casos dispensáveis.
Além disso, há um crescente mercado de consumidores por terapias alternativas, que descartam o
uso de remédios.
US$ 3 bilhões a menos
Um dos outros indicadores para
medir o mercado é o faturamento
bruto, que sofreu expansão em
2003. A Febrafarma, no entanto,
explica que esse aumento não tem
relação com o consumo, mas com
o reajuste de preços. Porém, no
caso dos genéricos, a expansão
tem relação direta com o aumento da demanda, ou seja, com o
maior número de compradores.
Em março de 2003 o governo liberou um reajuste de 8,6% para as
mercadorias e, depois, em agosto,
houve um novo aumento de 2%.
Os reajustes deram um empurrão
na receita da indústria. O valor,
porém, continua baixo, na avaliação da entidade.
Em 1997, o faturamento do setor farmacêutico estava em US$
8,5 bilhões. Em 2003, já havia despencado para US$ 5,6 bilhões. Há
no país atualmente 13,3 mil medicamentos (entre os tradicionais e
os genéricos) disponíveis no varejo pelos fabricantes.
Para este ano, os fornecedores
de genérico esperam ser responsáveis por 12% da venda total no
país. Em março de 2004, eles eram
donos de 9% do mercado. Nas
contas da Pró-Genéricos, até o final de 2007 essa categoria de medicamentos deverá ser responsável por 30% das vendas totais.
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