São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MEDICAMENTOS

Desempenho do segmento tem amenizado a queda no volume total comercializado pela indústria farmacêutica

Venda de remédios genéricos cresce 29%

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria farmacêutica vendeu 117 milhões de caixas de medicamentos a menos em 2003, em relação a 2002. Nos últimos cinco anos, a curva é decrescente e o resultado só não tem sido ainda pior por conta dos genéricos. Em um ano, de março de 2003 a março de 2004, as empresas de genéricos venderam 23 milhões de caixas a mais do que nos 12 meses anteriores -alta de 28,7%.
O bom desempenho do segmento de remédio de baixo valor ajudou as empresas a buscar recursos no mercado para projetos. "Foram feitos investimentos de grande porte em fábricas e em mídia, inclusive com apoio do BNDES, para que se conseguisse colocar lançamentos de genéricos nas lojas", afirma Vera Valente, diretora-executiva da Pró-Genéricos (Associação Brasileira de Medicamentos Genéricos).
As maiores fabricantes desse segmento investiram R$ 1 bilhão em modernização e construção de plantas fabris em cinco anos.
De março de 2003 a março de 2004, a indústria de genéricos vendeu ao consumidor 103 milhões de unidades de medicamentos. Nos 12 meses anteriores, o volume não passou de 80 milhões de unidades. Em 2001, quando o produto começou a ganhar expressão nacional, o volume de vendas correspondia a apenas 1/8 do total registrado atualmente. Os dados são de relatórios da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica) e da Pró-Genéricos.
Com preços até 35% inferiores ao de produtos tradicionais, os medicamentos genéricos, lançados em 1999, formam um mercado explorado por mais de 50 empresas, que disponibilizam no mercado 4.500 apresentações -por exemplo, o Amoxil 125 gramas é uma apresentação, e o Amoxil 250 gramas, outra.
Segundo dados da Febrafarma, de 1999 para cá a demanda por medicamentos no Brasil foi encolhendo e o volume comercializado caiu de pouco mais de 1,7 bilhão de unidades (caixas) de remédios para quase 1,5 bilhão.
A razão dessa queda está na retração da demanda, que forçou o consumidor a evitar a compra de remédios em casos dispensáveis. Além disso, há um crescente mercado de consumidores por terapias alternativas, que descartam o uso de remédios.

US$ 3 bilhões a menos
Um dos outros indicadores para medir o mercado é o faturamento bruto, que sofreu expansão em 2003. A Febrafarma, no entanto, explica que esse aumento não tem relação com o consumo, mas com o reajuste de preços. Porém, no caso dos genéricos, a expansão tem relação direta com o aumento da demanda, ou seja, com o maior número de compradores.
Em março de 2003 o governo liberou um reajuste de 8,6% para as mercadorias e, depois, em agosto, houve um novo aumento de 2%. Os reajustes deram um empurrão na receita da indústria. O valor, porém, continua baixo, na avaliação da entidade.
Em 1997, o faturamento do setor farmacêutico estava em US$ 8,5 bilhões. Em 2003, já havia despencado para US$ 5,6 bilhões. Há no país atualmente 13,3 mil medicamentos (entre os tradicionais e os genéricos) disponíveis no varejo pelos fabricantes.
Para este ano, os fornecedores de genérico esperam ser responsáveis por 12% da venda total no país. Em março de 2004, eles eram donos de 9% do mercado. Nas contas da Pró-Genéricos, até o final de 2007 essa categoria de medicamentos deverá ser responsável por 30% das vendas totais.


Texto Anterior: Aviação: Diretor do DAC cai após barrar promoção da Gol
Próximo Texto: Queda-de-braço: Indústria e varejo trocam farpas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.