São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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Novo diretor do BC defende rigor com a inflação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O economista Mário Mesquita, 40, tomou posse ontem como diretor do Banco Central defendendo o combate à inflação, num discurso semelhante ao adotado pela atual diretoria da instituição. Utilizando expressão que já apareceu em vários comunicados do BC, Mesquita defendeu que se mantenha uma "atitude vigilante" em relação ao controle dos preços.
Anteontem, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu diminuir o ritmo dos cortes nos juros que têm sido promovidos desde o final de 2004: a redução foi de 0,5 ponto, para 15,25% ao ano -nas reuniões anteriores as quedas foram de 0,75 ponto cada uma.
Mesquita não participou do encontro do Copom por causa da demora na aprovação de seu nome no Senado. Sua indicação, para a diretoria de Estudos Especiais do BC, foi anunciada pelo governo em abril.
No mesmo dia, também no início de abril, foi anunciada ainda a indicação de Paulo Vieira da Cunha para a diretoria de Assuntos Internacionais. A nomeação de Cunha já foi publicada no "Diário Oficial" da União, mas ele ainda não foi empossado no cargo.
Mesquita tomou posse ontem em cerimônia que contou com a presença do presidente do BC, Henrique Meirelles, além de outros diretores e de funcionários da instituição. A imprensa não pôde acompanhar o evento, e a assessoria do BC distribuiu aos jornalistas um texto contendo o discurso do novo diretor.
As palavras de Mesquita mostram que ele deve dar continuidade ao conservadorismo da gestão do BC. Em seu discurso, defendeu o sistema de metas de inflação como "particularmente adequado para economias continentais e relativamente fechadas ao comércio exterior, como a brasileira".
Mesquita defendeu ainda que o BC não interfira na cotação do dólar, deixando que a taxa de câmbio flutue livremente de acordo com as condições de mercado. "A experiência dos últimos anos, em diversos países, das mais distintas regiões geográficas, tem sido o abandono dos regimes de câmbio fixo em troca dos regimes de metas de inflação com taxa de câmbio determinada pelo mercado."
Antes de ir para o BC, Mesquita era economista-chefe para a América Latina do banco ABN Real. Além disso, já foi professor de economia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio e trabalhou no FMI (Fundo Monetário Internacional) entre 1997 e 2000.


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