|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Novo diretor do BC defende rigor com a inflação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O economista Mário Mesquita, 40, tomou posse ontem como diretor do Banco Central
defendendo o combate à inflação, num discurso semelhante
ao adotado pela atual diretoria
da instituição. Utilizando expressão que já apareceu em vários comunicados do BC, Mesquita defendeu que se mantenha uma "atitude vigilante" em
relação ao controle dos preços.
Anteontem, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC)
decidiu diminuir o ritmo dos
cortes nos juros que têm sido
promovidos desde o final de
2004: a redução foi de 0,5 ponto, para 15,25% ao ano -nas
reuniões anteriores as quedas
foram de 0,75 ponto cada uma.
Mesquita não participou do
encontro do Copom por causa
da demora na aprovação de seu
nome no Senado. Sua indicação, para a diretoria de Estudos
Especiais do BC, foi anunciada
pelo governo em abril.
No mesmo dia, também no
início de abril, foi anunciada
ainda a indicação de Paulo Vieira da Cunha para a diretoria de
Assuntos Internacionais. A nomeação de Cunha já foi publicada no "Diário Oficial" da
União, mas ele ainda não foi
empossado no cargo.
Mesquita tomou posse ontem em cerimônia que contou
com a presença do presidente
do BC, Henrique Meirelles,
além de outros diretores e de
funcionários da instituição. A
imprensa não pôde acompanhar o evento, e a assessoria do
BC distribuiu aos jornalistas
um texto contendo o discurso
do novo diretor.
As palavras de Mesquita
mostram que ele deve dar continuidade ao conservadorismo
da gestão do BC. Em seu discurso, defendeu o sistema de metas de inflação como "particularmente adequado para economias continentais e relativamente fechadas ao comércio
exterior, como a brasileira".
Mesquita defendeu ainda
que o BC não interfira na cotação do dólar, deixando que a taxa de câmbio flutue livremente
de acordo com as condições de
mercado. "A experiência dos
últimos anos, em diversos países, das mais distintas regiões
geográficas, tem sido o abandono dos regimes de câmbio fixo
em troca dos regimes de metas
de inflação com taxa de câmbio
determinada pelo mercado."
Antes de ir para o BC, Mesquita era economista-chefe para a América Latina do banco
ABN Real. Além disso, já foi
professor de economia da PUC
(Pontifícia Universidade Católica) do Rio e trabalhou no FMI
(Fundo Monetário Internacional) entre 1997 e 2000.
Texto Anterior: Mantega não é levado a sério, diz Franco Próximo Texto: Banco franco-suíço desiste de comprar Varig em leilão Índice
|