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Importação atinge nível histórico em maio
Volume de compras avança 34% e chega a US$ 9,78 bi; balança tem saldo de US$ 3,87 bi, melhor resultado para o mês
Para governo, alta maior das importações não deve reduzir superávit; no ano,
saldo é de US$ 16,85 bi, alta de 8% sobre 2006
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No mês em que a cotação do
dólar caiu abaixo de R$ 2, as importações bateram recorde histórico no Brasil e somaram US$
9,78 bilhões em maio. Outro recorde da balança comercial foi
o saldo de US$ 3,87 bilhões,
maior para um mês de maio. As
exportações somaram US$
13,648 bilhões, o terceiro melhor desempenho do país. No
ano, o superávit acumulado
chegou a US$ 16,854 bilhões
-alta de 8% sobre o mesmo período de 2006.
O governo minimizou o aumento das importações, e o secretário de Comércio Exterior,
Armando Meziat, classificou o
fato como "ilusório", devido à
greve da Receita Federal em
maio do ano passado. Ante o
mesmo mês de 2006, as importações cresceram 34,2%. As exportações, 32,4%.
"As importações vão continuar crescendo mais do que as
exportações, mas não em ritmo
suficiente para reduzir o superávit comercial", afirmou.
Com o resultado de maio, as
exportações atingiram US$
148,31 bilhões no acumulado de
12 meses desde junho do ano
passado, um aumento de 20%
em relação ao mesmo período
anterior. Já as importações
cresceram 26,7% no período e
chegaram a US$ 100,45 bilhões.
Mesmo reduzindo a importância do aumento nas importações, Meziat foi cauteloso e
manteve a previsão de US$ 152
bilhões para as exportações no
ano. "Muito provavelmente vamos alcançar a meta", disse.
Os principais produtos responsáveis pelas boas vendas ao
exterior continuaram sendo
commodities, cujo preço permanece aquecido.
Segundo o secretário, o Brasil ainda não sentiu um forte
impacto da valorização do real
ante o dólar por motivos diversos, como o uso de inovações
tecnológicas, maior produtividade e redução de custos. "Algumas mudanças estruturais
aconteceram e ainda não fomos
capazes de entender", disse.
Caiu a participação de industrializados no volume exportado e subiu a porcentagem de
produtos básicos. Em 2006, os
produtos básicos respondiam
por 27,7% das vendas brasileiras no acumulado de janeiro a
maio. Neste ano, o percentual
chegou a 30,6%. Os industrializados reduziram de 69,8% para
67,4% o seu pedaço no bolo.
A competição com a China
causou ao menos dois impactos
na balança brasileira: 1) produtos perderam mercados importantes mudaram para países de
economias menores; 2) houve
queda na quantidade vendida
em alguns setores.
O caso dos calçados é emblemático: os Estados Unidos
compraram 11% a menos no
mês passado, mas as vendas para Venezuela (91%), Rússia
(86%) e Itália (77%) reduziram
o baque no setor.
A corrente de comércio aumentou mais para África
(56,2%), Oriente Médio
(46,8%), Ásia (42,6%), União
Européia (38,8%) e menos para
os EUA e Mercosul, onde o
crescimento foi menor -14,7%
e 24,2%, respectivamente.
Segundo Meziat, outros produtos, além das commodities,
estão conquistando maior participação em mercados internacionais, já que vêm exportando cada vez mais. Seria o caso do álcool, que registrou crescimento de 80% na quantidade
exportada nos primeiros cinco
meses do ano, na comparação
com o mesmo período de 2006.
No caso dos elétricos e eletrônicos, venderam-se 3,6%
mais de janeiro a maio deste
ano em relação a 2006. Madeira (5,6%), máquinas e equipamentos (7%), tratores rodoviários (21,2%) e móveis (10,2%)
também servem de exemplo.
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