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Importações e exportações devem continuar em alta
AEB revisará para cima previsão para vendas e compras do
exterior neste ano; exportação chegaria a quase US$ 150 bi
Elevada demanda mundial por commodities explica manutenção dos valores das
vendas externas, apontam especialistas em comércio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O crescimento nas exportações surpreendeu analistas e
governo e o mercado avalia que
o ritmo vai continuar, apesar da
influência negativa do câmbio
em alguns setores.
O vice-presidente da AEB
(Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de
Castro, pretende revisar para
cima as suas projeções tanto de
vendas quanto de importações
brasileiras para este ano.
"O cenário atual é inimaginável para todos os analistas. Ninguém imaginava que as exportações iriam crescer tanto. Veja
o caso da soja, do minério. Não
se imaginava que a China continuaria com o mesmo apetite."
A AEB deve elevar a previsão
de importações neste ano dos
US$ 102 bilhões estimados em
dezembro para US$ 110 bilhões
ou US$ 115 bilhões. No caso das
exportações para este ano, a
mudança será de US$ 138 bilhões para US$ 148 bilhões.
Segundo o Iedi (Instituto de
Estudos Para o Desenvolvimento Industrial), "os cinco
primeiros meses de 2007 indicam que, após um inesperado
recuo em abril, as compras do
exterior mostram tendência de
forte aceleração, é claro, em razão da valorização cambial".
Segundo Marcos Tatagiba,
presidente da Abracomex (Associação Brasileira Consultoria
e Assessoria em Comércio Exterior), o mercado internacional continua aberto apenas para produtos brasileiros já procurados, como commodities
agrícolas, minério e petróleo.
As empresas nacionais que
tentam conquistar mercado teriam mais dificuldades para
equilibrar o faturamento. "A
valorização do real em relação
ao dólar tem prejudicado e vai
continuar prejudicando os chamados vendedores", disse.
O comportamento do mercado ajuda também na recuperação dos preços. "Quem tem
produto com alta demanda
vem conseguindo repassar as
perdas", afirmou Tatagiba.
Para Castro, há empresas que
deixarão de exportar nos próximos meses devido ao câmbio.
"Elas não querem deixar de exportar, sabem quanto custa
reabrir o mercado perdido."
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