São Paulo, sábado, 02 de junho de 2007

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Importações e exportações devem continuar em alta

AEB revisará para cima previsão para vendas e compras do exterior neste ano; exportação chegaria a quase US$ 150 bi

Elevada demanda mundial por commodities explica manutenção dos valores das vendas externas, apontam especialistas em comércio


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crescimento nas exportações surpreendeu analistas e governo e o mercado avalia que o ritmo vai continuar, apesar da influência negativa do câmbio em alguns setores.
O vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, pretende revisar para cima as suas projeções tanto de vendas quanto de importações brasileiras para este ano.
"O cenário atual é inimaginável para todos os analistas. Ninguém imaginava que as exportações iriam crescer tanto. Veja o caso da soja, do minério. Não se imaginava que a China continuaria com o mesmo apetite."
A AEB deve elevar a previsão de importações neste ano dos US$ 102 bilhões estimados em dezembro para US$ 110 bilhões ou US$ 115 bilhões. No caso das exportações para este ano, a mudança será de US$ 138 bilhões para US$ 148 bilhões.
Segundo o Iedi (Instituto de Estudos Para o Desenvolvimento Industrial), "os cinco primeiros meses de 2007 indicam que, após um inesperado recuo em abril, as compras do exterior mostram tendência de forte aceleração, é claro, em razão da valorização cambial".
Segundo Marcos Tatagiba, presidente da Abracomex (Associação Brasileira Consultoria e Assessoria em Comércio Exterior), o mercado internacional continua aberto apenas para produtos brasileiros já procurados, como commodities agrícolas, minério e petróleo.
As empresas nacionais que tentam conquistar mercado teriam mais dificuldades para equilibrar o faturamento. "A valorização do real em relação ao dólar tem prejudicado e vai continuar prejudicando os chamados vendedores", disse.
O comportamento do mercado ajuda também na recuperação dos preços. "Quem tem produto com alta demanda vem conseguindo repassar as perdas", afirmou Tatagiba.
Para Castro, há empresas que deixarão de exportar nos próximos meses devido ao câmbio. "Elas não querem deixar de exportar, sabem quanto custa reabrir o mercado perdido."


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