São Paulo, sábado, 02 de junho de 2007

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Verbatim é multada no Brasil em R$ 377 milhões

Punição ocorreu porque empresa violou acordo

DA REPORTAGEM LOCAL
DE NOVA YORK

A Verbatim, empresa especializada em armazenamento de informações e subsidiária da Mitsubishi Chemical, foi multada em R$ 377 milhões pela Justiça brasileira, que aceitou a alegação da DPC Empreendimentos Industriais de que a primeira violou um acordo de licenciamento entre ambas.
A decisão, da 2ª Vara Cível de Manaus (AM), foi publicada na última terça-feira. A briga judicial entre as duas empresas se arrasta desde 1996, quando a DPC entrou na Justiça acusando a Verbatim de começar a importar disquetes dos Estados Unidos e vender diretamente no Brasil, ferindo um acordo de licenciamento entre as duas.
A DPC Empreendimentos era controladora da Verbatim do Amazonas, que fabricava os disquetes e era autorizada a explorar a marca no Brasil (a Verbatim e a DPC fecharam uma joint venture em 1981).
De acordo com Clemente Augusto Gomes, advogado da DPC nesse processo, houve uma ruptura unilateral do contrato entre ambas, o que gerou prejuízo para a empresa.
Segundo ele, com a abertura da economia brasileira, em meados dos anos 90, a Verbatim começou a vender produtos importados dos EUA diretamente no mercado brasileiro.
"A Verbatim publicou um comunicado em jornais de São Paulo afirmando aos consumidores que a partir de determinada data os produtos da marca passariam a ser comercializados diretamente ao consumidor", diz o advogado.
Ele afirma que isso levou a DPC "quase ao caos". "Em uma decisão anterior, de 1º grau, o juiz expressa e reconhece que a abertura da economia brasileira às importações fez com que a Verbatim mudasse o seu entendimento e passasse a vender diretamente no mercado. Isso resultou em uma condenação inicial que não passava de R$ 80 milhões, valor que foi atualizado. Daí chegou-se aos R$ 377 milhões", defende.
Segundo agências de notícias, a Mitsubishi Chemical, que comprou a Verbatim em 1990, informou que recorrerá em todas as instâncias.
A Verbatim afirmou que o valor, que foi proposto pela DPC e aceito pela Justiça, deve ser um equívoco e que por isso não fará comentários sobre o caso. Informou ainda que exercerá todos os seus direitos de recurso.
O diretor de vendas para a América Latina da Verbatim, Jay Himes, disse que a empresa deve divulgar um comunicado sobre o assunto, mas não quis explicar quando nem fornecer outros detalhes. "Fora isso, não temos mais nada a declarar."
A Folha também entrou em contato com Terry Young, gerente de risco e administração da companhia, porém ele não retornou as ligações.


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