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Bush e FMI dão apoio ao Plano Cavallo
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O governo dos EUA e o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
esforçaram-se ontem para acalmar a turbulência econômica na
Argentina. A Casa Branca divulgou que o presidente dos EUA,
George W. Bush, telefonou para o
presidente argentino, Fernando
de la Rúa, parabenizando-o pelos
esforços fiscais feitos nas últimas
semanas para evitar o colapso
econômico do país.
Horas depois, o secretário do
Tesouro norte-americano, Paul
O'Neill, autorizou seu secretário
para assuntos internacionais,
John Taylor, a viajar para Buenos
Aires, para demostrar o apoio dos
EUA à economia argentina.
O'Neill esforça-se para agradar
a Argentina desde a semana passada, quando declarou que o sistema de câmbio do país é "indefensável" e sugerindo que os EUA
não irão ajudar o governo de De la
Rúa antes da desvalorização.
A ação do Tesouro também resulta de um editorial do New York
Times, publicado ontem, apelando aos países ricos que ajudem a
Argentina a sair de sua atual crise.
No FMI, durante uma reunião
da diretoria executiva da instituição, o Fundo admitiu que poderá
antecipar, em duas semanas, o desembolso da próxima parcela de
seu programa com o país. A liberação antecipada dessa parcela,
de US$ 1,2 bilhão, está prevista para a metade de setembro e está
sendo solicitada pelo governo argentino desde junho passado.
O FMI não decidiu nada formalmente, mas os países membros do Fundo informaram que
não se opõem à antecipação.
Depois da reunião, o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, divulgou nota "reiterando a boa
vontade do Fundo em trabalhar
com a Argentina para resolver as
dificuldades econômicas atuais".
Se o Fundo oficializar a antecipação do próximo desembolso, estima-se que o governo argentino
possa sacar os recursos no começo do próximo mês.
A partir da próxima segunda-feira, a diretoria-executiva do
FMI entrará em recesso por duas
semanas (entre os dias 6 e 20 de
agosto). Em tese, nada será aprovado durante esse período, mas as
conversas sobre a Argentina poderão continuar. O Fundo deverá
aprovar oficialmente a antecipação nas duas últimas semanas de
agosto e liberar a próxima parcela
para a Argentina nos primeiros
dias de setembro.
Não se sabe se os esforços da
Casa Branca e do FMI vão acalmar hoje os mercados. Investidores vêem a antecipação do próximo desembolso do FMI como
uma medida muito pequena.
Ontem, Nicholas Brady, ex-secretário do Tesouro dos EUA, disse que os investidores internacionais estão "dançando em cima da
cova" da Argentina, referindo-se
aos juros cobrados em simples rolagens de títulos de curto prazo.
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