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VIZINHO EM CRISE
Secretário diz que há interesse no adiantamento de recursos
Argentina afirma que quer
recursos do FMI "para ontem"
France Presse
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REVOLTA Empregado de uma estatal argentina rasga a bandeira do país em protesto contra a diminuição dos salários do funcionalismo público; a manifestação foi em frente à Bolsa de Buenos Aires
ADRIANA MATTOS
FABIO ZANINI
ENVIADOS ESPECIAIS A FOZ DO IGUAÇU
O secretário-executivo de Comunicação do governo Fernando
de la Rúa, Juan Pablo Baylac, confirmou ontem o forte interesse da
Argentina em adiantar, o quanto
antes, o recebimento de desembolsos do FMI (Fundo Monetário
Internacional).
As declarações foram dadas ontem durante encontro entre FHC,
Fernando De la Rúa e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair,
em Foz do Iguaçu (PR). A Argentina precisa, segundo Baylac, da
liberação de algo entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões, que compõem a parcela de ajuda financeira concedida pelo Fundo ao país.
A "blindagem" total, organizada
pelo Fundo, mas concedida por
organismos multilaterais, soma
US$ 39,7 bilhões, liberados em
parcelas. A Argentina quer antecipar o recebimento de dinheiro.
"Estamos solicitando ajuda imediata para agora, para ontem",
disse Baylac.
Em entrevista, De la Rúa falou
pouco sobre a situação argentina.
Disse que o "governo está aplicando um modelo econômico social em face das condições que recebeu o país". De la Rúa se reuniu
no final da tarde com Blair em
Puerto Iguazu, na Argentina.
Solidariedade
Durante cerca de duas horas,
FHC esteve reunido com Blair e
De la Rúa no hotel Cataratas e,
após o encontro, os três fizeram
discursos em defesa da solidariedade à Argentina. "Eu acho, o
Brasil acha que o esforço argentino merece nosso apoio", disse
FHC. "A Argentina tem condições, sob a liderança de De la Rúa,
de ter sucesso com as reformas
que estão sendo implementadas."
O primeiro-ministro britânico se
lembrou de reforçar o apoio aos
argentinos, mas não falou em ajuda financeira. Nos últimos dias
circularam boatos de que Blair
poderia mostrar interesse em intermediar financiamentos a favor
do país vizinho. "Apoiamos esse
processo de reforma argentina e
esperamos que o mundo entenda
esse esforço."
De la Rúa ressaltou que outros
países também dependem da saúde econômica argentina. "Para o
bem da região e dos outros países,
é importante o bom desempenho
de nossa economia."
Logo após essas declarações,
Blair afirmou que poderá pedir a
parceiros estrangeiros que atuem
em favor da Argentina, mas não
quis detalhar que tipo de apoio
poderia ser dado ao país.
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