São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2001

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Racionamento não trava indústria de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O nível de atividade da indústria paulista não caiu em junho, primeiro mês do racionamento de energia elétrica, segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O Indicador de Nível de Atividade (INA) subiu 0,4% em junho.
Os indicadores divulgados ontem pela Fiesp mostram que o setor industrial cresceu a taxas menores do que as verificadas nos cinco primeiros meses do ano. O efeito da crise energética para a indústria, pelo menos no mês de junho, ficou longe da queda brusca na produção que alguns analistas chegaram a prever.
"Os dados mostram que não houve uma ruptura. Não esperamos que ela ocorra em julho também", afirmou a economista Clarice Messer, diretora da Fiesp.
Caso a crise energética não derrube a produção a partir de agosto, as previsões do próprio presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, serão frustradas. Na semana passada, ele afirmou que o crescimento industrial do segundo semestre ficaria próximo de zero.
Clarice explica que o cenário é bem diferente daquele desenhado por analistas do setor financeiro, que chegaram a afirmar que a produção industrial em junho deste ano poderia ser menor do que a registrada no mesmo mês do ano passado. O INA de junho deste ano foi 3,9% maior que o registrado em junho de 2000.
"Isso mostra o quanto os nossos analistas de mercado financeiro não entendem de economia real", diz Clarice. Ela afirma que o crescimento da indústria no segundo semestre vai ficar longe dos 6,4% registrados nos seis primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2000.
"Há sinais claros de desaceleração, e o segundo semestre está longe de ser um mar de rosas", diz a diretora da Fiesp. Os dados do relatório do INA mostram que o emprego, as vendas e os salários cresceram em junho em um ritmo menor que o registrado nos seis primeiros meses do ano.
O total de pessoal ocupado cresceu 1,2% em junho contra o mesmo mês de 2000. Na média, esse crescimento era de 1,7% se levados em conta os seis primeiros meses. O mesmo ocorre com o total de horas pagas (1,9% contra 3,8%) e com o salário real médio (4,7% contra 7,1%).


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