São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2005

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MERCADO ABERTO

Ciesp faz reparos à proposta da Fiesp

A proposta de pacto, chamada de "agenda mínima", que está em discussão entre os empresários não deve incluir temas que encubram a apuração das responsabilidades no mundo político, como a reforma política. A opinião é do empresário Claudio Vaz, presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Vaz não cita o nome da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), mas sua afirmação traz uma crítica, ainda que sutil, à proposta defendida por Paulo Skaf, presidente da Fiesp, de incluir a reforma política na discussão sobre a elaboração de uma "agenda mínima" em torno de alguns pontos que blindem a economia de um contágio da crise política.
A idéia da "agenda mínima" partiu de Armando Monteiro, presidente da CNI, e foi primeiro apresentada ao ministro Jaques Wagner, o novo coordenador político do governo, à qual manifestou apoio. Na semana passada, Monteiro apresentou a proposta, pela primeira vez, numa reunião no Ciesp. Nesta quinta, a proposta será debatida em São Paulo, no Fórum Nacional da Indústria.
Se Vaz critica a proposta da Fiesp, o mesmo não pode ser dito em relação ao plano de "agenda mínima" da CNI. "Os pontos defendidos por Armando Monteiro [na reunião ocorrida no Ciesp] são objetivos e não são partidarizados", afirmou Vaz.
O presidente do Ciesp defende que a "agenda mínima" se restrinja a alguns pontos, como a discussão dos projetos de agências reguladoras, de marco regulatório para saneamento, do fundo garantidor das PPPs e de investimentos em infra-estrutura, como as estradas da malha rodoviária federal. "São questões que não se inserem num contexto político-partidário", disse Vaz.
O maior receio de Vaz é a "agenda mínima" acabar se tornando uma cortina de fumaça para encobrir a apuração das denúncias de corrupção no Congresso. "O processo de assepsia do mundo político é indispensável. É inaceitável toda essa promiscuidade", afirmou Vaz. Daí sua preocupação em não incluir nessa proposta qualquer tema relacionado à política. "Isso pode servir de desvirtuamento das ações."

FRASE

"O processo de assepsia do mundo político é indispensável. É inaceitável toda essa promiscuidade"


CLAUDIO VAZ
presidente do Ciesp


OLHO NA COPA
Apesar de distante, a Copa do Mundo já está nos planos de algumas empresas. A Bandeirart, por exemplo, que faz bandeiras, começou a estocar produtos para o evento de 2006. "Se não começarmos agora, não conseguimos atender os pedidos", diz Alexandre Calimanis, diretor da empresa. Segundo ele, são estocadas mensalmente 10 mil bandeiras brasileiras. As vendas em épocas de Copa crescem 20%. "Fornecemos para empresas que querem associar suas marcas à bandeira do Brasil." Segundo ele, as vendas para as campanhas políticas representam uma parcela pequena do faturamento. Por isso, não teme efeitos negativos dos escândalos de corrupção nas próximas eleições.
O mercado brasileiro de câmeras digitais tem um dos maiores potenciais de crescimento no mundo. Projeções do instituto de pesquisas GFK apontam que o aumento das vendas de câmeras no Brasil deve superar a média global de 25%. Segundo José Guedes, diretor da empresa, que finaliza um estudo sobre o mercado brasileiro, uma das causas para esse aumento é o preço. Segundo ele, as empresas decidiram reduzi-los para popularizar a tecnologia. Os ganhos de escala com o aumento da demanda também permitiram a redução. Para ele, a alta nas vendas de celulares com câmeras não prejudica o setor fotográfico. "Gera uma concorrência indireta que não reduz o mercado. O amante da fotografia não deixará a câmera."

SAUDADES DO BARÃO
Começa a circular no meio empresarial uma nova moeda: o JP (ou João Paulo). Vale R$ 50 mil.

EXPANSÃO A CABO
A operadora de TV a cabo Vivax anuncia hoje na ABTA o primeiro balanço do seu plano de expansão. A empresa reservou R$ 55 milhões para ampliar suas operações no Brasil. Foram construídos, neste ano, 200 km de redes em sete cidades. A Vivax implantará mais 400 km de redes em dois municípios onde já atua e em três novas localidades no interior de São Paulo.

BEM GUARDADO
A Brasilcap fechou o primeiro semestre com R$ 2,5 bilhões em reservas técnicas, um crescimento de 16% em relação a igual período do ano passado. O desempenho consolida a liderança da empresa, que faz dez anos.

APOSTA ON-LINE
A Level Up, parceria entre uma empresa filipina e a Tec Toy que publica no Brasil o jogo on-line Ragnarök, firmou um acordo para vender o acesso ao jogo nas lojas da Blockbuster. A venda será feita por meio de cartões pré-pagos. A expectativa de Andrea Bedricovietchi, diretora-geral da Level Up, é atingir 40 mil novos usuários. "O público da locadora tem bastante sinergia com o perfil dos nossos usuários, geralmente adolescentes e jovens adultos." O acesso ao jogo também é vendido em LAN houses e no site da empresa. Desde seu lançamento no Brasil, no começo do ano, o jogo já conta com 500 mil usuários. Os planos da empresa no Brasil incluem a chegada de dois novos jogos on-line no ano que vem.

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