São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2005

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ECONOMIA GLOBAL

Tóquio vai retaliar produtos americanos contra subsídios ilegais

Japão decide impor sanções aos EUA

DA FOLHA ONLINE

O governo do Japão irá impor sanções comerciais aos Estados Unidos a partir de setembro para compensar a manutenção de subsídios considerados ilegais pela OMC (Organização Mundial do Comércio) que são concedidos a diversos setores pelo governo norte-americano.
Essa será a primeira vez em que o Japão adota retaliações comerciais. Quinze produtos americanos -como aço, peças de máquinas e impressoras- passarão a pagar uma sobretaxa de 15% para entrar no mercado japonês. Os EUA devem perder até US$ 51 milhões por ano com a decisão
A tarifa mais elevada permanecerá em vigor até que seja extinto o programa que mantém os subsídios, conhecido como "Emenda Byrd" (que leva o nome do senador do Estado da Virgínia Ocidental, o democrata Robert Byrd, que a apresentou).
"Nosso país decidiu hoje adotar represálias a partir de 1º de setembro contra a "Emenda Byrd'", disse o ministro do Comércio e da Indústria do Japão, Shoichi Nakagawa, em um comunicado.
"Desejamos profundamente que os Estados Unidos levem a sério a decisão do Japão e a suprimam imediatamente."
A "Emenda Byrd" autoriza o repasse do dinheiro arrecadado pelo governo com medidas antidumping (que impõem sobretaxas a produtos importados) para empresários americanos que solicitarem ou apoiarem a imposição das taxas.
A OMC declarou a emenda ilegal em ação movida não apenas pelo Japão mas também pela União Européia e pelo Canadá. Agora os três já decidiram impor retaliações aos EUA.
Apesar de ter chegado a analisar a extinção do programa de subsídios, o governo americano acabou mantendo a emenda nos últimos meses por pressão de congressistas simpáticos à medida.
Os EUA já pagaram mais de US$ 1 bilhão por meio da "Emenda Byrd" a companhias americanas de diversos setores, como aço, frutos do mar, peças e velas.
Após a decisão do Japão, o Departamento de Comércio dos EUA se disse "decepcionado".


Com agências internacionais

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