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COMÉRCIO EXTERIOR
Tarifa imposta pela União Européia foi considerada ilegal pela organização; partes têm dez dias para negociar
Brasil vence a disputa da banana na OMC
DA REDAÇÃO
A OMC (Organização Mundial
do Comércio) decidiu ontem que
uma nova tarifa imposta pela
União Européia sobre as importações de bananas de países latino-americanos é ilegal, em mais uma
vitória do Brasil na organização.
O Brasil, a Colômbia, a Venezuela e outros países latino-americanos questionaram na OMC a
tarifa de 230 por tonelada de
banana, dizendo que ela limitaria
o acesso desses países ao mercado
europeu e aumentaria as importações de banana dos países da
ACP (África, Caribe e Pacífico),
que têm preferências tarifárias.
O relatório da OMC diz que a
nova tarifa "não resultaria em pelo menos manter o acesso total ao
mercado" para os exportadores
latino-americanos. A UE tem agora dez dias para realizar consultas
com o grupo de países -que
também inclui Costa Rica, Panamá, Equador, Honduras, Guatemala e Nicarágua.
Se não houver acordo quanto à
tarifa, os países podem pedir uma
nova arbitragem à OMC, e a decisão deve ser tomada antes da entrada em vigor da nova tarifa, em
1º de janeiro de 2006.
"Vamos iniciar as consultas
com as partes interessadas, sem
demora", disse Peter Mandelson,
comissário de Comércio da União
Européia. "Espero que todos cooperem para achar uma solução
aceitável dentro do prazo apertado determinado pela OMC."
Já a comissária de Agricultura
da UE, Mariann Fischer-Boel, disse que "estamos avaliando as opções existentes para pôr em prática o novo regime de importação
para bananas".
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse que
"o Brasil espera que o processo de
consultas a ser iniciado resulte em
solução satisfatória para todas as
partes" e que o país não quer que
as preferências tarifárias dos países da ACP deixem de existir, mas
sim que as condições de acesso
dos países latinos ao mercado europeu sejam mantidas.
O secretário de Comércio e Indústria do Panamá, Alejandro
Ferrer, disse que a nova tarifa sobre as bananas, se posta em prática, teria "conseqüências catastróficas, tanto econômicas como sociais".
Ele disse ainda que seu país está
preparado para pedir uma nova
arbitragem se não ficar satisfeito
com o resultado das consultas.
Hoje, os países latino-americanos exportam bananas para a
União Européia em um regime de
cotas, no qual podem vender até
2,7 milhões de toneladas com tarifa de 75. Acima desse limite, a
tarifa é de 680 por tonelada.
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