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MERCOSUL
Meta é dificultar importação
RS e Uruguai tentam elevar tarifa do arroz
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Os produtores de arroz dos países do Mercosul arranjaram uma
maneira de resolver suas divergências passando por cima dos
atritos internos: com a chancela
do governador do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB), e
do presidente do Uruguai, Tabaré
Vázquez, os arrozeiros pretendem aumentar a TEC (Tarifa Externa Comum) do produto no
bloco dos atuais 12% para 35%.
A medida foi debatida ontem
entre Rigotto e Vázquez, em
Montevidéu. Apesar de o tema ter
de ser discutido entre os governos
de Brasil, Argentina, Uruguai e
Paraguai, Rigotto participa da
discussão com a autoridade que
lhe dá o fato de o Rio Grande do
Sul produzir cerca de 50% do arroz nacional.
A TEC de 35% é a máxima possível no Mercosul. O objetivo é dificultar a entrada do arroz de outros países, como Estados Unidos
(que exportam para o Nordeste
brasileiro) e Tailândia (que tem
mercado no Rio e em São Paulo).
"Com essa proteção, passaremos até a ter estratégias comuns
de exportação no Mercosul para
África, Oriente Médio e Europa.
Seria um avanço", diz Amilton
Soares, da Federarroz (Federação
das Associações de Arrozeiros).
Uruguai recorre à OMC
A questão da TEC é especialmente sensível para o Uruguai. O
país decidiu, na semana passada,
entrar com processo na OMC
(Organização Mundial do Comércio) contra os subsídios concedidos pelos EUA ao setor.
Os EUA são o quarto maior exportador mundial de arroz, atrás
de Tailândia, Vietnã e Índia, e gastaram US$ 1,5 bilhão em subvenções ao setor em 2003.
Nas relações internas do Mercosul, os produtores brasileiros têm
realizado bloqueios de estradas
para protestar contra a entrada do
arroz uruguaio e argentino.
Os problemas se agravaram no
ano passado, quando o Brasil
atingiu a auto-suficiência na produção, ao ultrapassar 12,5 milhões de toneladas.
Mesmo produzindo mais do
que consome, o Brasil continuou
importando de Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Tailândia.
O arroz uruguaio e argentino
chega ao Brasil custando entre R$
20 e R$ 22 a saca de 50 quilos. Os
custos no Rio Grande do Sul superam R$ 30 a saca. Uruguaios e
argentinos usam agroquímicos
genéricos e têm subsídios.
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