São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Brics concentram expansão das montadoras

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com os mercados dos países desenvolvidos aproximando-se de um ponto de saturação, os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) devem responder por 63% do crescimento global da indústria automotiva até 2015, aponta análise da consultoria PriceWaterhouse Coopers.
A expectativa para daqui a sete anos é que a produção mundial de automóveis e comerciais leves atinja 85,5 milhões de unidades, um acréscimo de 24% em relação aos 69 milhões de unidades produzidos no ano passado.
Desse incremento de 16,5 milhões unidades na produção de carros, a China e a Índia devem responder por 30% e 15%, respectivamente. O Brasil ficaria com uma fatia de 8%, e a Rússia, com 10%, aponta estudo da PriceWaterhouse.
"Os mercados emergentes são a fronteira de expansão das montadoras, enquanto nos países desenvolvidos o crescimento será vegetativo", afirma o sócio da PriceWaterhouse Coopers Marcelo Cioffi.
A relação habitante por veículo vem a ser o principal limitador do crescimento do setor nos países ricos. Nos Estados Unidos, por exemplo, há 1 automóvel para cada 1,2 habitante. No Reino Unido e na França, essa relação é de 1,7. Por contraste, na Índia, há 1 carro para cada 67 pessoas; na China, a relação é 1 por 18,6; na Rússia, de 1 por 4,5; e, no Brasil, de 1 carro por 7,7 habitantes.
Para Cioffi, os dados mostram que os países ricos, embora continuem a ter mercados importantes, especialmente por conta da renovação da frota, serão menos dinâmicos.
A se confirmar a previsão de crescimento da Price para a produção de veículos no Brasil -a uma taxa anual média de 10% nos próximos anos-, o Brasil terá, em 2015, um automóvel para cada seis habitantes. "É uma mudança de quadro rápida", diz Cioffi.

Recorde
O setor automotivo registrou, nos primeiros sete meses do ano, recorde histórico de vendas. Foi emplacado no país 1,61 milhão de automóveis e comerciais leves até julho, de acordo com dados apresentados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
O número representa acréscimo de 30,51% em relação às vendas do mesmo período do ano passado.
Para o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, embora atravesse um período de pujança, o setor automotivo começará a passar por uma acomodação. "O crescimento não pode gerar distorções", afirma. Ele nega, porém, que haja dificuldades em atender a demanda.


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