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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003

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EFEITO DO ARROCHO

Superávit é de US$ 2,674 bilhões; importações, principalmente de bens de capital, caem 10,7% sobre 2002

Balança atinge saldo recorde em agosto

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A balança comercial brasileira registrou em agosto o maior superávit mensal da história: US$ 2,674 bilhões. O saldo é resultado de um aumento de 11,38% nas exportações, em comparação com o mesmo mês do ano passado, e de uma queda de 10,66% nas importações.
As importações que mais recuaram foram as de bens de capital, fundamentais para investimentos produtivos no país. Em agosto, o país importou US$ 715 milhões em máquinas e equipamentos, 34,6% a menos que no mesmo mês de 2002.
No ano, as importações de bens de capital também foram as que mais caíram -21,9%. De janeiro a agosto de 2003, o país comprou do exterior US$ 6,440 bilhões em máquinas e equipamentos.
O superávit acumulado nos oito primeiros meses do ano -US$ 15,132 bilhões- também é recorde histórico. O melhor resultado anterior para o período é de 1988, quando as exportações superaram as importações em US$ 12,591 bilhões.

Greve
O governo diz que nem as paralisações dos fiscais da Receita Federal no mês passado prejudicaram o desempenho comercial. Uma liminar da Justiça obrigou a liberação parcial das mercadorias paradas nos portos. Durante a greve, a liberação das exportações e das importações é mais lenta, o que prejudica o saldo.
Em meados de agosto, o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) conseguiu uma liminar que, na prática, acabou com as paralisações da Receita Federal para seus associados.
Desde o início de julho, a Unafisco (sindicato dos auditores fiscais) decretou greve, mas foi obrigada a regularizar seu serviço devido à liminar.
Para a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), a recessão é a explicação para o desempenho da balança comercial. Na opinião do diretor-executivo da entidade, José Augusto de Castro, até o final do ano a tendência é a continuidade da redução das importações de insumos, máquinas e equipamentos pelas empresas brasileiras.
No mês passado, o superávit foi impulsionado pelo incremento nas exportações. Em agosto, o país vendeu US$ 6,403 bilhões -foram as maiores vendas do ano. No mesmo período, o país comprou do exterior US$ 3,729 bilhões, afirma o Ministério do Desenvolvimento.

Recuperação
Segundo o secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, as importações devem crescer com a recuperação da economia, prevista por muitos analistas para acontecer ainda neste trimestre.
Desde janeiro, o país importou US$ 30,378 bilhões, 4,05% a menos que no mesmo período de 2002. A alta das exportações, de 22,91%, é, no entanto, a principal explicação para o saldo recorde de US$ 15,132 bilhões.
Nos primeiros oitos meses do ano, o país vendeu para o exterior US$ 45,510 bilhões. A meta é chegar a US$ 68 bilhões até o final do ano.
O país também registrou o melhor saldo comercial da história para um período de 12 meses (julho de 2002 a agosto de 2003). O saldo foi de US$ 22,911 bilhões, resultado de exportações de US$ 68,846 bilhões e importações de US$ 45,935 bilhões.
O Banco Central prevê um superávit de US$ 17,5 bilhões ao final de 2003.


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