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RECEITA ORTODOXA
Segundo o BC, projeções vão de alta de 2% a queda de 0,05%
Para analistas, PIB poderá até cair
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Analistas de mercado consultados pelo Banco Central já consideram a possibilidade de queda
do PIB (Produto Interno Bruto,
soma das riquezas produzidas pelo país em um ano) em 2003.
Segundo levantamento feito pelo BC entre cem bancos e empresas de consultoria, as projeções
para o desempenho da economia
em 2003 variam de crescimento
de 2% a queda de 0,05%.
É a primeira vez que a pesquisa
do BC, feita semanalmente, aponta a possibilidade de queda do PIB
neste ano. Até a semana passada,
o levantamento mostrava que a
expectativa do mercado era que a
economia fosse crescer entre
0,81% e 2% neste ano.
Na média, as projeções mais recentes apontam para um crescimento de 1,36% do PIB neste ano,
abaixo do 1,40% estimado pelo levantamento anterior.
O maior pessimismo do mercado reflete os números divulgados
na quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados oficiais mostraram que a economia teve desempenho pior do que o esperado
no segundo trimestre do ano,
com queda de 1,6% no PIB em relação ao trimestre anterior.
Além disso, segundo o IBGE, o
PIB recuou por dois trimestres
consecutivos, o que, para alguns
economistas, significa que o país
entrou em recessão.
A pesquisa do BC mostra que o
pessimismo em relação ao desempenho da economia reflete,
em boa parte, as perspectivas
pouco animadoras para o setor
industrial. O PIB da indústria, segundo o levantamento, deve crescer, no máximo, 1,7% neste ano.
Alguns analistas dizem que, pelo
contrário, haverá queda de 1,55%.
A indústria é um dos setores
mais afetados pelas altas taxas de
juros, pois costuma depender
muito de financiamentos para expandir sua produção.
Ao mesmo tempo em que reduz
a estimativa para o crescimento, o
mercado se mostra cada vez mais
otimista em relação à inflação
deste ano. Segundo a pesquisa do
BC, o IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) deve registrar alta de 9,57%. Na semana
passada, projetavam-se 9,63%.
Esse cenário de economia estagnada e inflação em queda faz os
analistas consultados pelo BC
apostarem em cortes maiores nos
juros. Para este mês, a expectativa
é que a taxa Selic caia 1,5 ponto
percentual e chegue a 20,5% ao
ano. Até dezembro, a taxa deve
recuar para 18,08% ao ano -19%
no levantamento anterior.
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