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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003

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RECEITA ORTODOXA

Segundo o BC, projeções vão de alta de 2% a queda de 0,05%

Para analistas, PIB poderá até cair

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Analistas de mercado consultados pelo Banco Central já consideram a possibilidade de queda do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas pelo país em um ano) em 2003.
Segundo levantamento feito pelo BC entre cem bancos e empresas de consultoria, as projeções para o desempenho da economia em 2003 variam de crescimento de 2% a queda de 0,05%.
É a primeira vez que a pesquisa do BC, feita semanalmente, aponta a possibilidade de queda do PIB neste ano. Até a semana passada, o levantamento mostrava que a expectativa do mercado era que a economia fosse crescer entre 0,81% e 2% neste ano.
Na média, as projeções mais recentes apontam para um crescimento de 1,36% do PIB neste ano, abaixo do 1,40% estimado pelo levantamento anterior.
O maior pessimismo do mercado reflete os números divulgados na quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados oficiais mostraram que a economia teve desempenho pior do que o esperado no segundo trimestre do ano, com queda de 1,6% no PIB em relação ao trimestre anterior.
Além disso, segundo o IBGE, o PIB recuou por dois trimestres consecutivos, o que, para alguns economistas, significa que o país entrou em recessão.
A pesquisa do BC mostra que o pessimismo em relação ao desempenho da economia reflete, em boa parte, as perspectivas pouco animadoras para o setor industrial. O PIB da indústria, segundo o levantamento, deve crescer, no máximo, 1,7% neste ano. Alguns analistas dizem que, pelo contrário, haverá queda de 1,55%.
A indústria é um dos setores mais afetados pelas altas taxas de juros, pois costuma depender muito de financiamentos para expandir sua produção.
Ao mesmo tempo em que reduz a estimativa para o crescimento, o mercado se mostra cada vez mais otimista em relação à inflação deste ano. Segundo a pesquisa do BC, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve registrar alta de 9,57%. Na semana passada, projetavam-se 9,63%.
Esse cenário de economia estagnada e inflação em queda faz os analistas consultados pelo BC apostarem em cortes maiores nos juros. Para este mês, a expectativa é que a taxa Selic caia 1,5 ponto percentual e chegue a 20,5% ao ano. Até dezembro, a taxa deve recuar para 18,08% ao ano -19% no levantamento anterior.


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