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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003

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CONSUMO

Consultas ao SPC caíram 6,3%, mostra levantamento

Vendas a prazo continuam fracas mesmo com redução dos juros

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas a prazo, que correspondem a cerca de 70% do faturamento do comércio, não reagiram em agosto, apesar da redução dos juros e do aumento dos prazos de financiamento. Só as vendas à vista mostraram recuperação.
Levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostra que, de 1º a 30 de agosto, as consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), indicador das vendas a prazo, caíram 6,3% na comparação com julho e 5,9% sobre igual período de 2002.
Já as consultas ao Usecheque, termômetro das vendas à vista, subiram 2,9% sobre julho. Na comparação com agosto de 2002, no entanto, houve queda de 5,5%.
Emílio Alfieri, economista da associação, diz que o frio dos últimos dias acabou levando o consumidor às compras, o que explica a subida nas consultas ao Usecheque. "Esse crescimento nas vendas à vista não tem nada a ver com retomada da economia brasileira. É apenas consequência do frio. É circunstancial", afirma.
O que pode dar dinamismo à economia, segundo economistas ouvidos pela Folha, é o aumento das vendas a prazo. "O consumidor está mais animado. Mas não dá para dizer que a reação nas vendas é expressiva só com vendas à vista", diz Fábio Silveira, economista da MB Associados.
Algumas redes de lojas, especializadas na venda de eletrônicos e de eletrodomésticos, informam que já deu para sentir em agosto maior disposição do consumidor para gastar. Na Casas Bahia, o faturamento subiu 8% na comparação com julho. Na Lojas Cem, 5%. No Magazine Luiza, 24%.
"O consumo acontece por condição ou por motivação. Quem tinha condição passou a comprar por conta da queda dos juros e pelo fato de, no segundo semestre, sempre existir mais dinheiro na economia", afirma Valdemir Colleone, diretor da Lojas Cem.
Para a Federação do Comércio do Estado de São Paulo, o ritmo do consumo continua fraco, apesar de algumas lojas e setores estarem registrando recuperação. "A renda contida e o desemprego seguram o consumo. A queda dos juros não é suficiente para reativar a economia", diz Oiram Corrêa, economista da federação.


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