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CONSUMO
Consultas ao SPC caíram 6,3%, mostra levantamento
Vendas a prazo continuam fracas mesmo com redução dos juros
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
As vendas a prazo, que correspondem a cerca de 70% do faturamento do comércio, não reagiram
em agosto, apesar da redução dos
juros e do aumento dos prazos de
financiamento. Só as vendas à vista mostraram recuperação.
Levantamento da Associação
Comercial de São Paulo (ACSP)
mostra que, de 1º a 30 de agosto,
as consultas ao SPC (Serviço de
Proteção ao Crédito), indicador
das vendas a prazo, caíram 6,3%
na comparação com julho e 5,9%
sobre igual período de 2002.
Já as consultas ao Usecheque,
termômetro das vendas à vista,
subiram 2,9% sobre julho. Na
comparação com agosto de 2002,
no entanto, houve queda de 5,5%.
Emílio Alfieri, economista da
associação, diz que o frio dos últimos dias acabou levando o consumidor às compras, o que explica a subida nas consultas ao Usecheque. "Esse crescimento nas
vendas à vista não tem nada a ver
com retomada da economia brasileira. É apenas consequência do
frio. É circunstancial", afirma.
O que pode dar dinamismo à
economia, segundo economistas
ouvidos pela Folha, é o aumento
das vendas a prazo. "O consumidor está mais animado. Mas não
dá para dizer que a reação nas
vendas é expressiva só com vendas à vista", diz Fábio Silveira,
economista da MB Associados.
Algumas redes de lojas, especializadas na venda de eletrônicos e
de eletrodomésticos, informam
que já deu para sentir em agosto
maior disposição do consumidor
para gastar. Na Casas Bahia, o faturamento subiu 8% na comparação com julho. Na Lojas Cem, 5%.
No Magazine Luiza, 24%.
"O consumo acontece por condição ou por motivação. Quem tinha condição passou a comprar
por conta da queda dos juros e pelo fato de, no segundo semestre,
sempre existir mais dinheiro na
economia", afirma Valdemir Colleone, diretor da Lojas Cem.
Para a Federação do Comércio
do Estado de São Paulo, o ritmo
do consumo continua fraco, apesar de algumas lojas e setores estarem registrando recuperação. "A
renda contida e o desemprego seguram o consumo. A queda dos
juros não é suficiente para reativar a economia", diz Oiram Corrêa, economista da federação.
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