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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003

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COMÉRCIO

Impacto da queda do juro deveria ser de 0,2 ponto

Taxas no cartão de crédito mudam pouco após governo reduzir Selic

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A recente queda na taxa de juros anunciada pelo governo em agosto deveriam puxar uma redução de até 0,2 ponto percentual ao mês nos juros de cartão de crédito. No ano, a taxa cobrada passaria de 236% para 230%, em média -número ainda elevado. Nos bancos e administradoras de cartão de crédito, a conversa é outra.
Entre os bancos ouvidos para esse levantamento, apenas o ABN-Amro Bank decidiu ontem reduzir de 10,99% para 10,75% (taxa máxima cobrada) os juros para as operações de financiamento. A Credicard mexeu em seus números, mas lentamente.
As últimas três reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), ocorridas em junho, julho e agosto, resultaram numa redução de 26,5% para 22% ao ano na taxa básica do mercado. No período, a Credicard, com 8,3 milhões de cartões no país -é a maior operadora do país-, cortou os juros em um ponto percentual, em média.
A taxa pode variar de 4,3% a 11,5% ao mês agora para quem usar essa bandeira. "As reduções são graduais e o impacto ainda é pequeno, em comparação com o tamanho da taxa", diz Fernando Chacon, vice-presidente de marketing da empresa.

Concorrência
Segundo o Bradesco, desde que o governo anunciou redução nos juros de 2,5 pontos em agosto, a taxa do banco para cartões continua a mesma. O Itaú, o segundo maior banco privado do país, atrás do Bradesco, também não fez alterações após a queda.
Na avaliação da Anefac, que representa executivos de finanças, a falta de concorrência nesse mercado inibe reduções expressivas nos números. Na prática, informa a entidade, esse segmento reflete a concentração existente no mercado bancário brasileiro.
Mesmo entre as administradores de cartões há pouquíssimas empresas. Visa e Mastercard são donas de mais de 80% do setor.
Nas últimas semanas, os bancos chegaram a reduzir taxas no cheque especial e nas linhas de crédito para empresas. A queda foi verificada de forma lenta, mas já noticiada por vários bancos.


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