São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Comercialização devagar Os produtores estão vendendo a soja que vão colher em 2004 em ritmo menor do que o desta safra. Estimativas da Agência Rural, de Curitiba, indicam que os agricultores venderam 20,4% da safra de 2004. No ano passado, as vendas já somavam 30% neste período. Em ritmo maior O maior ritmo de vendas ocorre em Mato Grosso, onde 35% da próxima safra foi comercializada. No Paraná e no Rio Grande do Sul, a comercialização é de 12% e 7%, respectivamente. Apesar de menor do que em 2003, a comercialização da safra de 2004 é maior do que a média dos últimos cinco anos. Câmbio desfavorável Benedito Oliveira, da AgRural, diz que o ritmo menor deste ano se deve ao dólar menos favorável do que em 2002, quando chegou a R$ 4. Neste ano, os produtores estão mais capitalizados e esperam preços melhores na frente. As vendas se limitam à obtenção de recursos para cobertura dos custos, diz Oliveira. Preços agrícolas Os produtores agrícolas de São Paulo fecharam agosto com aumento médio de 3,26% nos preços recebidos -a primeira alta desde março-, segundo o IEA. A recuperação nos preços de carnes, milho e soja foi o principal motivo para essa alta. Nos últimos 12 meses o arroz liderou -alta de 98%. É cedo para avaliar As principais regiões de trigo do Rio Grande do Sul tiveram quatro geadas nas últimas semanas. Mas a Emater/RS diz que ainda é cedo para avaliar os prejuízos. A planta só permite a avaliação sete dias após a geada. Dumping do camarão Os produtores de camarão dos EUA acusam o Brasil e mais 11 países de dumping (venda abaixo do custo para eliminar a concorrência). Eles vão entrar no Departamento de Comércio com representação contra os países. Os brasileiros se reuniram ontem, em Recife (PE), e decidiram contratar uma advocacia para a defesa. Prejuízos O Brasil exporta 30 mil toneladas de camarão para os EUA, 50% das exportações nacionais. As receitas deste ano já somam US$ 127 milhões e superam em 47% as de 2002. Se os EUA colocarem barreiras, as exportações vão se voltar para a Europa, derrubando os preços internacionais. À nossa custa Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, diz que os EUA já fazem muito dinheiro com o produto importado. Eles gastam US$ 3,6 bilhões e obtêm receitas internas de US$ 9,8 bilhões por ano. O setor gera 135 mil empregos diretos e indiretos nos EUA. Sustentação interna A demanda externa de milho diminuiu, derrubando os preços em Paranaguá (PR). Maior procura interna e pouca oferta não permitiram a queda dos preços internos, diz a consultoria Céleres. Mercado externo As exportações de soja somaram US$ 46 milhões por dia em agosto, 69% mais do que em 2002. Já as importações de trigo atingiram US$ 6 milhões por dia, com alta de 34%, mostra a Secex. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Bovespa sobe, mesmo com pregão apático Próximo Texto: Agrofolha Grãos: A pedido do Brasil, EUA expulsam inspetor Índice |
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