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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003

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AVES

Problema impedia exportação de frango a vários países

Ministério declara oito Estados e o DF livres da doença de Newcastle

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Numa medida que deve estimular a exportação de frangos, o Ministério da Agricultura declarou ontem que oito Estados, além do Distrito Federal, estão livres da chamada doença de Newcastle.
A doença ataca o sistema respiratório das aves e era utilizada, por vários países, como justificativa para evitar a compra de animais criados no Brasil.
A estimativa do governo e da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango) é que, com a medida, as vendas de frango para o exterior possam aumentar em US$ 200 milhões. Hoje, o Brasil é o segundo maior exportador de frango do mundo, com vendas anuais de US$ 1,4 bilhão.
Segundo a Abef, a doença de Newcastle existe no país há 50 anos, mas nos últimos cinco não se registrou nenhum caso nas regiões abrangidas pela medida.
Em São Paulo, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) assinou a instrução normativa que declara oito Estados (SP, MG, GO, MT, MS, PR, SC e RS), além do Distrito Federal, livres da doença. Essas regiões respondem por 100% das exportações brasileiras de frango e por 80% da produção total do país.
"Trata-se de um avanço no trabalho da defesa sanitária, que é a espinha dorsal do nosso poder de competição no mercado externo", afirmou Rodrigues.
Atualmente, o Brasil exporta frango para 80 países. Com a medida anunciada ontem, o país poderá expandir seu mercado para Estados Unidos, Canadá, México e alguns países da Ásia, como China e Japão.
A utilização de barreiras sanitárias é vista por alguns países -em especial os subdesenvolvidos- como uma maneira disfarçada que os países ricos usam para proteger seus mercados.
Claudio Martins, diretor-executivo da Abef, afirma que, com a decisão, a estimativa da entidade é que o Brasil ultrapasse os Estados Unidos como principal exportador mundial em cinco anos.
"Essa declaração do Ministério da Agricultura é pré-requisito para começarmos a discutir um acordo bilateral com os Estados Unidos e outros países, como a China", afirma ele, que disse que o anúncio deve ajudar também nas negociações na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Rodrigues esteve ontem em São Paulo com empresários e produtores para discutir estratégias que o Brasil deve adotar nas negociações com outros países.


Colaborou a Reportagem Local


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