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INFRA-ESTRUTURA
Setores com ociosidade terão linha do BNDES para elevar produção e evitar que falta de produtos pressione preços
Capital de giro ganha injeção de R$ 2,5 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para estimular a oferta de produtos em alguns setores e evitar
que o aumento da demanda pressione a inflação, o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) decidiu criar
uma linha de crédito emergencial,
de R$ 2,5 bilhões, para injetar dinheiro em indústrias que operam
abaixo do seu limite máximo de
produção devido à falta de capital
de giro. Essa é a única linha desse
tipo do banco -as outras são para investimentos.
Para conseguir o dinheiro, as
empresas interessadas terão de
cumprir metas de criação de emprego e de aumento de produção.
Se as metas forem cumpridas, elas
terão descontos nas taxas de juros
cobradas pelo BNDES.
"Esse momento é muito particular. É preciso aumentar a oferta", disse o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). A
linha só estará disponível entre
setembro e dezembro deste ano.
"É uma linha emergencial", disse
o ministro, ao anunciar a medida,
após reunião do conselho do banco, em Brasília.
O dinheiro não será emprestado
para qualquer indústria, apenas
para as que fazem parte de setores
que estão com capacidade ociosa.
O secretário-executivo do Desenvolvimento, Marcio Fortes, afirmou, por exemplo, que a indústria siderúrgica e de papel e celulose não terão acesso a esse crédito, pois já estão próximas dos seus
limites de produção. Furlan citou
as indústrias de confecções, de
medicamentos e de bebidas como
setores que poderão se beneficiar.
O empréstimo será dado por
um período de 24 meses, com carência de 12 meses. Os juros vão
variar de 3,5% a 11% ao ano mais a
TJLP (Taxa de Juros de Longo
Prazo). "A oferta desse crédito é
muito competitiva em relação às
alternativas de mercado", disse
Furlan. "As linhas de capital de giro costumam ser caras", completou o ministro.
A grande empresa que cumprir
a totalidade da sua meta de emprego terá um desconto de 5,5
pontos percentuais na taxa de juros. A taxa inicial para essas indústrias será de 11% mais TJLP.
No caso das pequenas, o desconto
será de 2 pontos percentuais.
Os industriais há tempo pedem
ao governo para o BNDES lançar
uma linha de capital de giro. Os
programas do banco, até agora,
eram voltados apenas para investimentos. Furlan afirmou que o
conselho do banco concordou em
criar esse crédito, pois muitas empresas não estão operando em
plena capacidade por falta de dinheiro para comprar insumos e
contratar mão-de-obra. O ministro disse que ainda não é possível
estimar qual será o impacto dessa
linha na geração de emprego.
Além dos setores que serão selecionados, as micro, pequenas e
médias empresas que participam
de APLs (Arranjos Produtivos
Locais) e indústrias cujos donos
são os próprios trabalhadores poderão pegar esse dinheiro. O limite nesses casos ficará entre R$ 100
mil e R$ 500 mil por empresa.
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