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COMÉRCIO EXTERIOR
Brasil vendeu US$ 11,3 bi e comprou US$ 7,6 bi em agosto, novos recordes; governo vê exportação acima de US$ 112 bi
País exporta e importa mais e já revê metas
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de três meses consecutivos de exportações recordes, o
Ministério do Desenvolvimento
decidiu rever para cima a meta de
exportar US$ 112 bilhões neste
ano, mas o governo ainda não fixou uma nova meta. Em agosto, o
saldo comercial ficou em US$ 3,6
bilhões, resultado de exportações
que somaram US$ 11,3 bilhões e
importações de US$ 7,6 bilhões.
Em agosto, porém, o recorde foi
batido também nas importações,
que aumentaram 30,6% em relação a agosto de 2004, enquanto as
exportações cresceram 20%. No
acumulado do ano, o saldo comercial está em US$ 28,3 bilhões.
De janeiro a agosto, as exportações somam US$ 76 bilhões, e as
importações, US$ 47,7 bilhões.
No acumulado dos últimos 12
meses, o saldo é de US$ 40 bilhões, mas o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, prevê queda de US$ 2 bilhões
até o fim ano por causa do aumento das importações.
Se mantida a média do aumento
dos embarques nos últimos meses, as exportações poderão chegar a US$ 114 bilhões em 2005.
De acordo com o secretário de
Comércio Exterior, Armando
Meziat, para rever a meta, o governo vai considerar não apenas
as características dos meses do
fim de ano, tipicamente fortes em
importações, mas também o
maior crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo
trimestre, que aumentou 1,4% em
relação ao primeiro trimestre.
De acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o saldo comercial tem ficado acima de
US$ 3 bilhões desde março. "A
corrente de comércio está se
aproximando de 27% do PIB. Esse é o índice que mede a abertura
de um país", disse Meziat.
Segundo ele, o governo pretende chegar a uma corrente de comércio de 30% do PIB. "Em agosto, a corrente de comércio [exportação e importação] chegou a US$
19 bilhões. Nunca foi tão alta."
Segundo Meziat, o desempenho
das exportações, que já cresceram
24% neste ano, deverá ficar acima
do aumento do comércio mundial, cuja previsão de crescimento
é de 14%. Mesmo crescendo, a
participação do Brasil no comércio mundial ainda é pequena. No
ano passado, o Brasil exportou
US$ 96 bilhões, o que representou
1% do comércio mundial.
Segundo Meziat, três fatores
contribuíram para o recorde nas
importações no mês passado: o
preço de petróleo, a taxa de câmbio e o crescimento da economia.
Recordes em Santos
A alfândega da Receita Federal
no porto de Santos (SP) alcançou
recorde em agosto no número de
declarações de exportação e de
importação desembaraçadas.
Na exportação, foram desembaraçadas 33.467 declarações; na
importação, 21.123 declarações.
Em ambos os casos houve aumento de cerca de 11% em relação
ao mesmo mês de 2004.
O valor das mercadorias desembaraçadas também é recorde: US$
3,2 bilhões na exportação e US$
1,4 bilhão na importação. Esses
valores superam em 31% e em
24%, respectivamente, os transacionados em agosto de 2004.
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