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Preço leva exportações a bater recorde
Enquanto quantidade de mercadorias vendidas cresceu 3,2% de janeiro a julho, valor médio dos itens subiu 11,5%
Superávit comercial em 2006 já chega a US$ 29,6 bi; importações também cresceram: 18,6% a mais
do que no ano passado
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Embora as exportações tenham registrado recorde em
valor nos últimos meses, a
quantidade de produtos vendidos está crescendo menos do
que poderia neste ano. A avaliação é do secretário de Comércio Exterior do Ministério do
Desenvolvimento, Armando
Meziat. Em agosto, as exportações foram de US$ 13,6 bilhões.
Meziat disse que o desempenho das exportações neste ano
já se refletiu no resultado do
PIB (Produto Interno Bruto)
no segundo trimestre. Ele afirmou, porém, que, em compensação, o elevado preço dos produtos exportados tem mantido
os recordes da balança comercial, que voltaram a ocorrer no
mês passado.
As exportações em agosto registraram um aumento de
20,2% com relação ao mesmo
mês de 2005. As importações
totalizaram US$ 9,1 bilhões,
18,6% a mais do que no mesmo
período do ano passado. Com
isso, o superávit comercial ficou em US$ 4,6 bilhões. Todos
os resultados foram recordes
para o mês de agosto.
No ano, as exportações somam US$ 88,1 bilhões, com alta
de 15,9% na comparação com
janeiro a agosto de 2005. No
mesmo período, as importações ficaram em US$ 58,5 bilhões (alta de 22,5%), o que representou um superávit de US$
29,6 bilhões de janeiro agosto.
De acordo com os números
divulgados na quinta-feira pelo
IBGE, as exportações, em volume, caíram 5,1% no segundo
trimestre com relação aos três
primeiros meses do ano e recuaram 0,6% na comparação
com o segundo trimestre do
ano passado. Por isso, entre outros fatores, também tiveram
influência sobre o fraco resultado da economia no trimestre,
que cresceu 0,5%, menos do
que o esperado pela maioria
dos analistas.
Preço não gera emprego
"O que gera emprego é quantidade, não preço. A média do
quantum [quantidade] está
crescendo menos do que a média dos preços, mas, se não estivesse havendo aumento nem
de quantidade nem de preços,
as exportações estariam em
queda", disse Meziat. É por
causa da alta dos preços no
mercado internacional, principalmente das commodities,
forte na pauta das exportações
brasileira, que o país continua
batendo recordes em vendas.
Segundo Meziat, de janeiro a
julho deste ano, a quantidade
de mercadorias embarcadas
para o exterior -o dado para
agosto ainda não está disponível- cresceu 3,2%, enquanto os
preços médios desses produtos
aumentaram 11,5% no período.
Esses números representam
uma inversão do que ocorreu
entre 2002 e 2005, quando as
quantidades exportadas cresceram 58,8%, e os preços, 30%.
"Reconheço que o crescimento do quantum das exportações brasileiras poderia estar
melhor, mas não acho que isso
seja uma tendência. As quantidades também estão crescendo
e sobre uma base já elevada.
Além disso, há setores que, apesar da valorização do câmbio,
estão batendo recordes", disse.
Vários desses produtos são
manufaturados. Como exemplo, o secretário de Comércio
Exterior citou os materiais elétricos, cujas vendas em agosto
aumentaram 48% no preço e
10% na quantidade. Desde o começo do ano, as vendas desse
produto cresceram 21% no preço e 11% na quantidade.
O mesmo ocorre com os celulares, que registraram o segundo melhor desempenho desde
que o Brasil começou a exportar o produto. Em agosto, a venda de celulares cresceu 73%, e
desde o começo do ano, 20%.
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