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Analista minimiza peso de queda no volume exportado
Preços elevados compensam recuo na quantidade vendida, dizem especialistas
Para AEB, terceiro trimestre deve mostrar recuperação, em razão de haver mais dias úteis e do fim da greve
na Receita Federal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O impacto na economia produzido pela queda na quantidade de mercadorias exportadas
no segundo trimestre é marginal e altamente compensado
pelos elevados preços das commodities no mercado internacional, afirmam especialistas
consultados pela Folha.
Isso ocorre porque, apesar de
o país embarcar menor quantidade de produtos, a remuneração é maior, por causa dos preços, que, em alguns setores,
têm compensado até a valorização do real, que reduz a remuneração do exportador.
No segundo trimestre, as exportações caíram 5,1% ante os
três primeiros meses do ano,
disse o IBGE, ao divulgar o PIB.
"Há dois anos o real se aprecia, mesmo com intervenção
do BC, e há dois anos o mercado espera queda nas exportações por causa do câmbio, que,
teoricamente, é o principal determinante para as exportações. Mas, ao mesmo tempo, há
um cenário de alta nos preços
das commodities e aquecimento no comércio mundial, e estamos pegando carona nisso",
disse Darwin Dib, economista
sênior do Unibanco.
Commodities agrícolas e industriais importantes na pauta
de exportação, como soja, açúcar, minério de ferro e petróleo, batem recordes de preço.
O problema é que os produtos manufaturados com mão-de-obra intensiva, ou seja, que
mais empregam, estão com as
vendas em queda, porque são
afetados pela desvalorização do
dólar, que faz o preço dos produtos em reais ficar caro -portanto, as exportações caem.
Os calçados são um exemplo.
Em agosto, houve queda de
10% na quantidade embarcada,
e no ano as vendas recuaram
8,7%. No caso de móveis, a queda foi de 2% em agosto e de
11,9% no ano. O setor de têxteis, outro forte empregador,
reduziu a quantidade de produtos vendidos em 14,7% em
agosto e em 2,3% no ano.
Mas o bom desempenho de
outros setores, principalmente
de commodities agrícolas, explica os recordes. Também
contribuiu para o resultado do
mês passado o fato de agosto
ter registrado 23 dias úteis.
Na avaliação do vice-presidente da AEB (Associação de
Comércio Exterior do Brasil),
José Augusto de Castro, a queda na quantidade das exportações no segundo trimestre deverá ser compensada no terceiro trimestre.
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