São Paulo, sábado, 02 de setembro de 2006

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Montadora alemã não comenta as declarações do presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

A Volkswagen preferiu não comentar ontem as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou o desempenho da montadora com o da Fiat em Betim (MG).
Em ao menos duas ocasiões, ao apresentarem o plano de reestruturação no país, executivos da VW informaram que os salários no ABC paulista estão 128% acima da média paga pelas montadoras fora do Estado de São Paulo -o salário médio dessas empresas é de R$ 1.356.
Dados apresentados em junho pelo vice-presidente de RH da Volks, Josef-Fidelis Senn, e o gerente de relações trabalhistas, Nilton Junior, mostraram que o salário médio pago a um operário da produção (horista) é de R$ 3.087 em São Bernardo do Campo. Nessa fábrica, 8.000 dos 12,4 mil funcionários trabalham no setor produtivo. Na Fiat, a média salarial de um horista é de R$ 1.195.
Senn e Junior ressaltaram na ocasião que a VW precisava "se adequar ao mercado" com demissões e corte de benefícios -entre eles, a adoção de uma nova tabela salarial para recém-contratados.
O pagamento de melhores salários no ABC está relacionado, segundo especialistas em mercado de trabalho, à tradição sindical. "O ABC é o celeiro do movimento sindical, espaço de importantes conquistas trabalhistas e salariais", disse Arnaldo Mazzei Nogueira, professor da PUC-SP e da FEA-USP.
Números da Anfavea (que reúne os fabricantes de automóveis) mostram que, no final do ano passado, a Fiat empregava 8.187 empregados em três unidades do grupo. Na semana passada, a empresa informou empregar 9.000 funcionários diretos e 7.000 indiretos.
A Volkswagen emprega 21,5 mil nas fábricas de São Bernardo, São José dos Pinhais (PR), Taubaté e São Carlos. Incluídos os funcionários do Banco Volkswagen e da unidade de Resende (RJ), onde são fabricados caminhões e ônibus, esse número chega a 24,5 mil.
A montadora alemã fabricou no país 725.888 unidades em 2005 (entre carros e CKDs, que são kits desmontados enviados para o exterior). No período, a produção da Fiat atingiu 503.1095 unidades, segundo a Anfavea. (CLAUDIA ROLLI)


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