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Mantega reafirma previsão de 4% do PIB
Ministro admite que número do 2º tri foi "um pouco menor que o esperado", mas mantém meta de expansão em 2006
"Crescimento de 4% está a caminho" e é "perfeitamente factível", diz titular da Fazenda, em referência aos indicadores de julho e agosto
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar do desempenho mais
fraco do PIB no segundo trimestre (0,5%), o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, disse
ontem que a economia está "caminhando" para um crescimento de 4% em 2006. Afirmou ainda que o nível de atividade irá se acelerar no terceiro
trimestre e previu expansão de
1,2% a 1,3% no período.
"Acredito que a economia
brasileira está caminhando para a realização de um PIB de 4%
em 2006. O fato de termos tido
um desaquecimento pontual e
momentâneo da economia brasileira, localizado principalmente no mês de junho, não
significa que os próximos meses e trimestres terão o mesmo
desempenho", disse. Analistas,
porém, dizem que a economia
não crescerá mais do que 3,5%
em razão do fraco desempenho
do segundo trimestre.
Segundo o ministro, já existem condições para a aceleração do crescimento no segundo
semestre, quando ele projeta
uma alta do PIB em torno de
5% ante o mesmo período de
2005. No primeiro semestre, a
expansão foi de 2,2%.
"Para o terceiro trimestre, já
temos indicadores para o crescimento da economia. A massa
salarial continua crescendo, o
salário mínimo vai ter impacto,
o crédito continua abundante,
os juros estão mais baixos e a
inflação está sob controle."
Ele citou ainda o aumento
das vendas de veículos, do consumo de energia e das vendas
de papelão ondulado. "Eu garanto que, em julho, agosto e
setembro, teremos um nível de
atividade mais elevado."
Para o ministro, é plausível
um crescimento mais forte nos
dois últimos trimestres.
"Para chegar a 4% ao ano, a
economia tem de crescer 1,3% e
1,4% a cada trimestre, o que é
perfeitamente factível tendo
em vista as condições que já estão dadas [juro menor, crédito
em expansão e inflação baixa]",
disse Mantega, que participou
de reunião com ministros da
Fazenda do Mercosul no Rio.
Ele tentou minimizar o dado
do segundo trimestre e citou fatores como a Copa do Mundo e
a greve da Receita. "Todos já esperavam um produto [PIB] menor, mas foi um pouco menor
do que o esperado."
Mantega também evitou dar
importância aos efeitos da valorização do real sobre a atividade, apontada por especialistas como uma das causas da desaceleração do PIB no segundo
trimestre. "O câmbio está estacionado, só haveria pressão se
caísse abaixo de R$ 2", disse.
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