São Paulo, sábado, 02 de setembro de 2006

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Mantega reafirma previsão de 4% do PIB

Ministro admite que número do 2º tri foi "um pouco menor que o esperado", mas mantém meta de expansão em 2006

"Crescimento de 4% está a caminho" e é "perfeitamente factível", diz titular da Fazenda, em referência aos indicadores de julho e agosto


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar do desempenho mais fraco do PIB no segundo trimestre (0,5%), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a economia está "caminhando" para um crescimento de 4% em 2006. Afirmou ainda que o nível de atividade irá se acelerar no terceiro trimestre e previu expansão de 1,2% a 1,3% no período.
"Acredito que a economia brasileira está caminhando para a realização de um PIB de 4% em 2006. O fato de termos tido um desaquecimento pontual e momentâneo da economia brasileira, localizado principalmente no mês de junho, não significa que os próximos meses e trimestres terão o mesmo desempenho", disse. Analistas, porém, dizem que a economia não crescerá mais do que 3,5% em razão do fraco desempenho do segundo trimestre.
Segundo o ministro, já existem condições para a aceleração do crescimento no segundo semestre, quando ele projeta uma alta do PIB em torno de 5% ante o mesmo período de 2005. No primeiro semestre, a expansão foi de 2,2%.
"Para o terceiro trimestre, já temos indicadores para o crescimento da economia. A massa salarial continua crescendo, o salário mínimo vai ter impacto, o crédito continua abundante, os juros estão mais baixos e a inflação está sob controle."
Ele citou ainda o aumento das vendas de veículos, do consumo de energia e das vendas de papelão ondulado. "Eu garanto que, em julho, agosto e setembro, teremos um nível de atividade mais elevado."
Para o ministro, é plausível um crescimento mais forte nos dois últimos trimestres.
"Para chegar a 4% ao ano, a economia tem de crescer 1,3% e 1,4% a cada trimestre, o que é perfeitamente factível tendo em vista as condições que já estão dadas [juro menor, crédito em expansão e inflação baixa]", disse Mantega, que participou de reunião com ministros da Fazenda do Mercosul no Rio.
Ele tentou minimizar o dado do segundo trimestre e citou fatores como a Copa do Mundo e a greve da Receita. "Todos já esperavam um produto [PIB] menor, mas foi um pouco menor do que o esperado."
Mantega também evitou dar importância aos efeitos da valorização do real sobre a atividade, apontada por especialistas como uma das causas da desaceleração do PIB no segundo trimestre. "O câmbio está estacionado, só haveria pressão se caísse abaixo de R$ 2", disse.


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