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EM TRANSE
Intervenções foram nos dias 24, 25 e 30 do mês passado; na maior delas, anteontem, foram gastos US$ 350 mi
BC torra US$ 700 mi para segurar o dólar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central vendeu cerca
de US$ 700 milhões nas intervenções feitas nos dias 24, 25 e 30 de
setembro para tentar evitar a alta
do dólar, cuja cotação rondou a
casa de R$ 4. A maior intervenção,
de US$ 350 milhões, foi anteontem, segundo o diretor de Política
Monetária do BC, Luiz Fernando
Figueiredo.
Na semana passada, conforme
dados que o BC já havia divulgado, foram vendidos cerca de US$
260 milhões na intervenção do dia
24. Nesse caso, o valor é calculado
a partir da variação das reservas
cambiais do país. As vendas foram feitas na véspera do vencimento de títulos cambiais.
No dia 25, conforme dados da
variação das reservas do BC, foram vendidos cerca de mais US$
100 milhões. Anteontem, o BC
vendeu mais dólares do que o
normal porque a cotação da moeda chegou a R$ 3,967, mas fechou
em R$ 3,76. A taxa de câmbio daquele dia foi a utilizada para calcular o rendimento dos papéis
cambiais que venceram ontem.
Figueiredo afirmou que, na véspera de grandes vencimentos,
procura-se atuar de maneira mais
agressiva para conter o nervosismo natural dessas datas.
O BC avalia que a disparada do
dólar ocorrida nos últimos dias
não foi provocada pelos vencimentos de parcelas da dívida
cambial do governo, e sim pela
proximidade das eleições.
Segundo Figueiredo, o mercado
vive uma "neurose" em torno do
processo eleitoral: "Estamos a
menos de uma semana desse
evento [das eleições", e essa ansiedade se reflete no câmbio".
Na avaliação do BC, não houve
manipulação da taxa de câmbio
por causa dos vencimentos da dívida, pois o comportamento dos
investidores estaria sendo influenciado, principalmente, pela
proximidade das eleições.
Figueiredo não quis falar sobre
uma eventual mudança na política de intervenções do BC de agora
em diante. "Entendemos que ela
[a política" é agressiva no volume
correto. As reservas [internacionais" devem ser utilizadas da maneira mais responsável possível."
O diretor do BC disse que o nível atual da taxa de câmbio não
reflete a situação real da economia e que o nervosismo deve se
dissipar após as eleições. "Nós
não concordamos com isso [a alta
do dólar". É uma neurose", disse.
Segundo ele, a ansiedade dos investidores em torno do resultado
das eleições é normal. "Em todos
os países que adotam o câmbio
flutuante, a moeda sempre se desvaloriza em ano de eleição. Quando ficar clara a política do novo
governo, o câmbio vai voltar ao
normal e o país voltará a crescer."
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