São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ENERGIA

Depois de subir preço do gás industrial e do óleo combustível, estatal reajusta em 16,3% preço de combustível de aviação

Petrobras sobe preço do querosene de avião

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras reajustou o preço de mais um combustível. O querosene de aviação, principal componente do custo das companhias aéreas, subiu a partir de ontem 16,3% nas refinarias.
Anteontem, a estatal já havia anunciado a alta do óleo combustível, insumo usado em vários setores industriais e na geração termelétrica. Há duas semanas fora a vez do GLP (gás de cozinha) só para uso industrial, que subira 5,9%.
Justificado pela alta do dólar e do petróleo no exterior, o aumento do querosene reafirma a estratégia da Petrobras de elevar, segundo especialistas, o valor dos derivados "periféricos" com pouco impacto direto no bolso do consumidor.
O reajuste desses produtos está acontecendo enquanto a Petrobras não sobe o preço dos derivados nobres, como a gasolina, o gás de botijão (usado nas residências) e o diesel.
Com a estratégia, a Petrobras tenta compensar, em parte, as perdas que está acumulando por não corrigir o preço de seus derivados mais vendidos (e mais rentáveis também): a gasolina e o diesel.
Segundo o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), o preço do querosene já subiu 80% desde o começo do ano. A Petrobras informou que desde julho de 2001 o preço do produto subiu 37,1%.
Neste ano, os outros derivados subiram menos: a gasolina aumentou 2,24% nas refinarias e o gás de cozinha, 40,5%. No caso do diesel, a alta soma 18,9%. Desde 30 de junho, não sobem os preços da gasolina e do diesel. O GLP não é reajustado desde 5 de julho. O preço do produto está congelado desde 19 de agosto, quando a ANP (Agência Nacional do Petróleo) o reduziu em 12,4% na refinaria.

Óleo combustível
Neste ano, a Petrobras já reajustou o preço do óleo combustível em 76%.
O produto é um componente importante nos custos de indústrias de vários setores. Entre elas, as de secagem de grãos (milho, soja), as de cimento, as de pneus, as de cerâmica, as mineradoras e as termelétricas, principalmente as da Região Norte.
O reajuste do óleo combustível, apesar de não ter efeito direto sobre os preços ao consumidor, deve provocar um impacto nos custos das indústrias desses setores. Num primeiro momento, o aumento do produto deve ter reflexo apenas nos índices de preços por atacado.


Colaborou a Redação


Texto Anterior: Comércio: Protecionismo dos EUA é "vergonha", diz Malan
Próximo Texto: Locaute
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.