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ENERGIA
Depois de subir preço do gás industrial e do óleo combustível, estatal reajusta em 16,3% preço de combustível de aviação
Petrobras sobe preço do querosene de avião
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras reajustou o preço
de mais um combustível. O querosene de aviação, principal componente do custo das companhias
aéreas, subiu a partir de ontem
16,3% nas refinarias.
Anteontem, a estatal já havia
anunciado a alta do óleo combustível, insumo usado em vários setores industriais e na geração termelétrica. Há duas semanas fora a
vez do GLP (gás de cozinha) só
para uso industrial, que subira
5,9%.
Justificado pela alta do dólar e
do petróleo no exterior, o aumento do querosene reafirma a estratégia da Petrobras de elevar, segundo especialistas, o valor dos
derivados "periféricos" com pouco impacto direto no bolso do
consumidor.
O reajuste desses produtos está
acontecendo enquanto a Petrobras não sobe o preço dos derivados nobres, como a gasolina, o gás
de botijão (usado nas residências)
e o diesel.
Com a estratégia, a Petrobras
tenta compensar, em parte, as
perdas que está acumulando por
não corrigir o preço de seus derivados mais vendidos (e mais rentáveis também): a gasolina e o diesel.
Segundo o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), o
preço do querosene já subiu 80%
desde o começo do ano. A Petrobras informou que desde julho de
2001 o preço do produto subiu
37,1%.
Neste ano, os outros derivados
subiram menos: a gasolina aumentou 2,24% nas refinarias e o
gás de cozinha, 40,5%. No caso do
diesel, a alta soma 18,9%. Desde
30 de junho, não sobem os preços
da gasolina e do diesel. O GLP não
é reajustado desde 5 de julho. O
preço do produto está congelado
desde 19 de agosto, quando a ANP
(Agência Nacional do Petróleo) o
reduziu em 12,4% na refinaria.
Óleo combustível
Neste ano, a Petrobras já reajustou o preço do óleo combustível
em 76%.
O produto é um componente
importante nos custos de indústrias de vários setores. Entre elas,
as de secagem de grãos (milho,
soja), as de cimento, as de pneus,
as de cerâmica, as mineradoras e
as termelétricas, principalmente
as da Região Norte.
O reajuste do óleo combustível,
apesar de não ter efeito direto sobre os preços ao consumidor, deve provocar um impacto nos custos das indústrias desses setores.
Num primeiro momento, o aumento do produto deve ter reflexo apenas nos índices de preços
por atacado.
Colaborou a Redação
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