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Passagens poderão aumentar 4%
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O reajuste de 16,3% no preço do
querosene de aviação, anunciado
ontem pela Petrobras, colocou as
companhias aéreas num impasse.
Ou elas absorvem o aumento e
tentam reduzir custos, sem garantia de sucesso, ou reajustam os
preços das passagens e perdem
ainda mais clientes. O dilema
ocorre num momento em que
empresas têm sérias dificuldades
financeiras. Segundo um consultor, o peso do combustível nos
seus custos passou de cerca de
25% para 30% nos últimos meses.
Na ponta do lápis, o querosene
de aviação já sofreu um reajuste
de 105,6% desde o início do ano.
O aumento médio oficial nos bilhetes das companhias no primeiro semestre foi de 24%.
"O novo aumento no preço do
querosene vai dificultar assustadoramente a sobrevivência das
empresas", disse o consultor Carlos Martinelli. A Varig registrou
no primeiro semestre um prejuízo recorde de R$ 1 bilhão. A TAM,
no segundo trimestre de 2002,
amargou perdas inéditas de R$
238,1 milhões.
Segundo um executivo de uma
das quatro grandes companhias
do setor, o aumento de 16,3% no
preço do querosene de aviação resultará em uma alta de 3,2% nos
custos finais. Para o presidente do
Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), George Ermakoff, o reajuste necessário nos
preços dos bilhetes variaria de
3,5% a 4%. Ele disse, porém, que
"se as companhias aumentarem
os valores de seus bilhetes, o número de passageiros diminuirá".
A Varig informou que será obrigada a subir as tarifas. O percentual ainda não foi definido. A
TAM disse que avaliará se reajustará as passagens, mas informou
que poderá absorver parte do aumento do querosene, pois o mercado está retraído. A Gol afirmou
que não deve efetuar reajustes. A
Vasp disse que está estudando o
assunto.
Entre janeiro e agosto passados,
a média de ocupação de assentos
nos aviões da Vasp foi de 57%,
contra os 62% do mesmo período
do ano passado. Na Varig, a retração foi de 62% para 61%. A TAM
conseguiu aumentar a taxa de
53% para 56% e a Gol elevou de
59% para 64%.
Cerca de 50% das despesas das
companhias aéreas são atreladas à
moeda norte-americana. Dados
de representantes de agências de
viagens para executivos indicam,
porém, que empresas aéreas fizeram até reduções nos preços efetivos de seus bilhetes em 2002 para
tentar sobreviver à concorrência.
O valor médio das passagens
domésticas para executivos teria
baixado 9,26% entre janeiro e junho, em comparação ao mesmo
período de 2001.
Colaborou PEDRO SOARES, da Sucursal
do Rio
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