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ESPAÇO
Meta é não depender de operadora privada para transmitir dados estratégicos
Governo avalia lançar satélite próprio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo está estudando se
lançará ou não um satélite geoestacionário (tem velocidade de rotação igual à da Terra) próprio
com capacidade para transmissão
de dados. O objetivo de ter um satélite próprio com essa capacidade é não depender da Star One,
operadora de satélites da Embratel, empresa do grupo mexicano
Telmex, para transmitir informações consideradas estratégicas,
como as comunicações militares.
Quando os estudos técnicos estiverem prontos, no final deste
ano ou início do ano que vem,
com as informações sobre a viabilidade técnica e o custo da operação, o governo deverá decidir se
irá lançar seu próprio satélite,
comprar um satélite e lançá-lo ou
continuar alugando satélites, como os da da Star One.
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo
Lustosa, disse que os estudos foram pedidos pelo Ministério da
Defesa, no início de 2003. Segundo ele, os militares gostariam que
o Brasil tivesse um satélite em posição orbital na altura da Amazônia para poder monitorar a fronteira do país, ter controle das 200
milhas náuticas e dos canais de ligação com o Caribe e a África.
Ele explicou que a decisão sobre
lançar ou não um satélite nacional
ainda não foi tomada por falta de
informações técnicas. "Não tem
decisão política ainda porque os
estudos não foram concluídos."
Sérgio Gaudenzi, presidente da
AEB (Agência Especial Brasileira), disse que é praticamente certo
que o objetivo de se ter um satélite
brasileiro com capacidade de
transmissão de dados vá ser incluído, em dezembro, no Programa Nacional de Atividades Espaciais. Essa inclusão, no entanto,
não garante que o satélite venha a
existir. A decisão será tomada pela Presidência da República.
Um dos itens que irão pesar no
momento de tomar a decisão é o
custo. Lustosa disse que uma das
estimativas prevê gastos de US$
600 milhões com construção e
lançamento de um satélite próprio, mas o valor pode variar.
Ontem o Ministério das Comunicações negou que haja decisão
de usar a Telebrás (estatal em processo de liquidação) para construir e lançar o satélite brasileiro,
caso eventualmente essa seja a decisão do governo. "O que está determinado por lei é que o processo de liquidação da empresa continue. Nós não temos nenhum estudo, nenhuma análise, nenhuma
provocação, de qualquer natureza, em nível técnico, relacionada a
reativação da Telebrás", disse.
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