São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

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ESPAÇO

Meta é não depender de operadora privada para transmitir dados estratégicos

Governo avalia lançar satélite próprio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo está estudando se lançará ou não um satélite geoestacionário (tem velocidade de rotação igual à da Terra) próprio com capacidade para transmissão de dados. O objetivo de ter um satélite próprio com essa capacidade é não depender da Star One, operadora de satélites da Embratel, empresa do grupo mexicano Telmex, para transmitir informações consideradas estratégicas, como as comunicações militares.
Quando os estudos técnicos estiverem prontos, no final deste ano ou início do ano que vem, com as informações sobre a viabilidade técnica e o custo da operação, o governo deverá decidir se irá lançar seu próprio satélite, comprar um satélite e lançá-lo ou continuar alugando satélites, como os da da Star One.
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa, disse que os estudos foram pedidos pelo Ministério da Defesa, no início de 2003. Segundo ele, os militares gostariam que o Brasil tivesse um satélite em posição orbital na altura da Amazônia para poder monitorar a fronteira do país, ter controle das 200 milhas náuticas e dos canais de ligação com o Caribe e a África.
Ele explicou que a decisão sobre lançar ou não um satélite nacional ainda não foi tomada por falta de informações técnicas. "Não tem decisão política ainda porque os estudos não foram concluídos."
Sérgio Gaudenzi, presidente da AEB (Agência Especial Brasileira), disse que é praticamente certo que o objetivo de se ter um satélite brasileiro com capacidade de transmissão de dados vá ser incluído, em dezembro, no Programa Nacional de Atividades Espaciais. Essa inclusão, no entanto, não garante que o satélite venha a existir. A decisão será tomada pela Presidência da República.
Um dos itens que irão pesar no momento de tomar a decisão é o custo. Lustosa disse que uma das estimativas prevê gastos de US$ 600 milhões com construção e lançamento de um satélite próprio, mas o valor pode variar.
Ontem o Ministério das Comunicações negou que haja decisão de usar a Telebrás (estatal em processo de liquidação) para construir e lançar o satélite brasileiro, caso eventualmente essa seja a decisão do governo. "O que está determinado por lei é que o processo de liquidação da empresa continue. Nós não temos nenhum estudo, nenhuma análise, nenhuma provocação, de qualquer natureza, em nível técnico, relacionada a reativação da Telebrás", disse.


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