São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

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Aposentado recebe sem problema

Marcelo Min/Folha Imagem
Aposentado recebe benefício em agência bancária no centro de São Paulo que teve funcionamento apenas parcial devido à greve


CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

JUCA GUIMARÃES
DO "AGORA"

Aposentados e pensionistas do INSS conseguiram receber seus benefícios sem dificuldades, apesar de a greve dos bancários ter completado 17 dias ontem. A paralisação, iniciada no dia 15 de setembro, perdeu força ontem, segundo os bancos.
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) informou que não registrou incidentes no atendimento ontem, primeiro dia do pagamento dos aposentados. Durante os cinco primeiros dias úteis de cada mês o INSS paga cerca de 22,7 milhões de benefícios.
O ministro da Previdência, Amir Lando, visitou ontem pela manhã cerca de 30 agências na região central de São Paulo e de alguns bairros da zona sul (Ibirapuera e Moema) para conferir o atendimento. "Não vi nada de anormal. Em todos os lugares o atendimento aos aposentados foi tranqüilo", disse Lando.
Para evitar transtornos, os bancos reforçaram o atendimento. O Banco do Brasil utilizou 240 pontos do Banco Popular do Brasil (que funciona em supermercados, lojas de varejo e de material de construção para atender famílias de baixa renda) para fazer o pagamento a aposentados.
A Caixa Econômica Federal informou que quase 99% de suas agências funcionaram parcialmente ou totalmente abertas ontem. Segundo a CEF, aqueles que não tinham cartão para sacar seus benefícios em pontos alternativos -e que representam apenas 5% (147 mil) do total de beneficiários do banco- foram atendidos por gerentes nas agências.
Ainda segundo a CEF, estava fechado ontem "apenas 1,4% dos pontos de atendimento [2.000], o melhor índice desde o início da paralisação dos bancários, o que aponta para uma diminuição do movimento".

TRT provoca recuo
O Sindicato dos Bancários de São Paulo informou que, mesmo em regiões onde a paralisação estava mais forte -casos do centro e da avenida Paulista-, não foram observadas filas nas agências.
Preocupado com o pagamento dos aposentados, o governo chegou a ameaçar cortar o ponto dos grevistas dos bancos públicos.
A greve recuou, segundo a Folha apurou com sindicalistas e funcionários, por causa da decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo que determinou, na quarta-feira, a abertura de todas agências do Estado com 60% dos funcionários trabalhando em cada local. Se a decisão não for cumprida, bancos e grevistas podem ser multados em R$ 200 mil por dia.
A juíza Maria Aparecida Duenhas, do TRT-SP, negou ontem o recurso dos bancários que recorreram da decisão de manter as todas agências abertas. Para ela, "o direito de greve, embora assegurado por preceito constitucional, deve ser exercido dentro de limites razoáveis, impondo-se o respeito à população, que não pode sofrer os seus efeitos (...)".


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