São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2001

Próximo Texto | Índice

PAINEL S.A.

Juros altos 1
O economista Alexandre de Azari, do BBA, acha que o Banco Central não irá mexer nos juros até março. A inflação está muito mais alta do que o esperado, e ainda está sob ameaça da desvalorização do câmbio.

Juros altos 2
Para Azari, o Banco Central subestimou o nível da atividade na economia e o "pass-through" (repasse da variação do dólar para os preços) do câmbio. Na última ata, o Copom corrigiu isso. Por isso, o economista acha que agora a instituição não vai repetir o erro e não mexerá nos juros tão cedo.

Com pompa
Está marcado para o próximo dia 7, em Buenos Aires, a assinatura do protocolo final da troca de ativos entre a Repsol e a Petrobras. A previsão é que a cerimônia ocorra na Casa Rosada, com a presença do presidente Fernando de la Rúa.

Balanço positivo
Nos dez primeiros meses do ano, 445 empresas obtiveram recursos do Proex para financiar exportações. Dessas, 182 participaram do programa pela primeira vez. Os desembolsos foram de US$ 800 milhões, que resultaram em exportações de R$ 7,1 bilhões -alta de 34% em comparação ao ano passado, de acordo com o Banco do Brasil.

Dianteira
Os setores que apresentaram maior variação nas exportações via Proex foram o têxtil (mais 330%) e o de agronegócios (155%). As exportações financiadas para o Nafta aumentaram 117%, e para a UE, 120%.

Contas...
Em reunião com membros da Amcham-SP, Simão Davi Silber (Fipe) estimou que a economia brasileira em 2002 deverá crescer no mesmo ritmo deste ano, entre 1,5% e 2%. E que a inflação ficará entre 5% e 5,5%, ou seja, acima da meta do BC, de 3,5%.

...e mais contas
Para ele, será possível obter um superávit comercial de em torno de US$ 5 bilhões. Mas o déficit em transações correntes vai permanecer elevado, representando cerca de 3,5% do PIB.

E-mail - guilherme.barros@uol.com.br

ANÁLISE

Economia robusta

Diferentemente do pessimismo que marcou os últimos dias com a piora do quadro na Argentina, o economista Cláudio Haddad acha que a economia brasileira está muito mais robusta do que diz a maioria das pessoas. Para ele, a única coisa que pode atrapalhar a recuperação do Brasil são as idéias "malucas" de alguns candidatos à Presidência de reestruturação da dívida interna. Uma dessas "conversas", a seu ver, é do governador Anthony Garotinho, do Rio, de pagar 75% da dívida com compulsório. Sobre o risco da piora na Argentina, Haddad acha que o mercado já espera por esse desfecho há muito tempo. Para ele, não há muito mistério. A Argentina irá adotar os patacones, e a moeda boa expulsará a moeda má.


Próximo Texto: Pesquisa: Paulistano está dividido sobre mudanças na CLT
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.